Seiva bruta

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Referência : Correia, S., (2014) Seiva bruta, Rev. Ciência Elem., V2(3):202
Autores: Sandra Correia
Editor: Jorge Canhoto
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2014.202]


A seiva bruta (xilémica) é uma solução aquosa de sais minerais e de uma reduzida quantidade de compostos orgânicos, transportada pelo xilema das raízes para as partes aéreas da planta.

A água e os sais minerais absorvidos pelo sistema radicular são transportados radialmente desde os tecidos periféricos da raiz até à zona central onde se encontram os tecidos vasculares (floema e xilema). Este movimento radial da água pode ser realizado por via apoplástica (por fora das células), simplástica (por dentro das células, através dos plasmodesmos) ou ainda por uma via transmembranar em que a água tem que atravessar a membrana plasmática. Para além de sais minerais, alguns aminoácidos, compostos azotados e hormonas vegetais (e.g. ácido abscísico) podem também fazer parte da seiva xilémica. Uma vez ultrapassada a endoderme, tecido que faz uma espécie de fronteira entre os tecidos corticais da raiz e os tecidos vasculares (Figura 1) e que, pelas características da parede celular das suas células, exerce um controlo sobre o movimento dos elementos minerais, a água e os minerais atingem as células condutoras do xilema (elementos de vaso em angiospérmicas, traqueídos em gimnospérmicas) de onde serão transportados para a parte aérea da planta. Em muitas espécies arbóreas a distância a ultrapassar atinge proporções consideráveis, pois em algumas espécies a seiva tem que percorrer no tronco várias dezenas de metros e, em algumas árvores, como as sequóias e os eucaliptos, a distância pode ser mesmo superior a 100m. Para que a seiva possa ascender no xilema, a força capaz de provocar a sua subida tem que ser superior às forças de sinal contrário, nomeadamente a gravidade e a resistência do xilema. Dados experimentais têm permitido verificar que a teoria da tensão-coesão, é o único modelo que permite explicar a ascensão da seiva nas plantas. No entanto, outros processos como a pressão radicular e a capilaridade contribuem também para a ascensão da água, especialmente quando as distâncias a percorrer são curtas e quando se verificam determinadas condições ambientais (humidade atmosférica elevada, solos com muita água), no caso da pressão radicular.

Referências:

Taiz, L. e Zeiger, E. (2010) Plant Physiology, 5ª Ed., Sinauer Associates, Inc. Evert, R. F. e Eichhorn, S. E. (2013) Raven Biology of Plants. W. H. Freeman and Company Publichers, NY. Evert, R. F. 2006. Esau’s plant anatomy, 3ª Ed. Willey-InterScience, New Jersey

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Criada em 16 de Março de 2012
Revista em 30 de Outubro de 2012
Aceite pelo editor em 6 de Novembro de 2012