Espécies Reativas e Stress Oxidativo

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Referência : Sequeira, L., (2024) Espécies Reativas e Stress Oxidativo, Rev. Ciência Elem., V12(3):026
Autora: Lisa Sequeira
Editor: João Nuno Tavares
DOI: [https://doi.org/10.24927/rce2024.026]
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Resumo

As espécies reativas de oxigénio e azoto (ERO e ERA, respetivamente) são produtos do metabolismo celular e desempenham um papel importante em funções fisiológicas e patológicas[1].



Estas espécies reativas (ER) incluem os radicais hidroxilo (OH), superóxido (O -•) e óxido nítrico (NO) e entidades químicas não radicalares como o peróxido de hidrogénio (H2O2) e o ácido hipocloroso (HOCl), entre outros. Na TABELA 1 encontram-se descritos alguns exemplos de ER.


TABELA 1. Exemplos de ER.

Nos mamíferos, a formação de ER decorre maioritariamente de processos redox que ocorrem nas células. Deste modo, a produção de radicais livres é um processo fisiológico natural, sendo uma parte essencial da vida. No entanto, a produção excessiva de ER e a sua elevada reatividade podem ter implicações patológicas, causando danos aos sistemas que são responsáveis por manter a sua regulação. O efeito tóxico decorrente do excesso de ER é denominado de stress oxidativo [2] e pode decorrer quando i) há um desequilíbrio entre a produção e a eliminação de ER, com favorecimento do primeiro em detrimento do segundo; ii) os mecanismos de defesa endógenos não se encontram funcionais (FIGURA 1); iii) há alterações dos processos redox celulares [3], [4], [5].

O stress oxidativo está associado à aceleração dos processos relacionados com o envelhecimento e ao aparecimento de diversas doenças crónicas incluindo doenças neurodegenerativas, cancro, diabetes e doenças cardiovasculares [6].


FIGURA 1. Balanço Oxidante/Antioxidante</ref>, [7]..

A sobreprodução de ER pode ter origem endógena, no caso de ocorrer defeitos no normal funcionamento do metabolismo celular ou exógena pela ação de poluentes ambientais, exposição a luz ultravioleta, raios x e gama, maus hábitos alimentares, metabolismo de fármacos (efeitos secundários), do uso de drogas de abuso, tabaco e/ou álcool [8].

Referências

  1. HAMEISTER, R. et al., Reactive oxygen/nitrogen species (ROS/RNS) and oxidative stress in arthroplasty, Journal of Biomedical Materials Research Part B: Applied Biomaterials, 108, 5, 2073-2087. 2020.
  2. WEIDINGER, A. & KOZLOV, A. V., Biological Activities of Reactive Oxygen and Nitrogen Species: Oxidative Stress versus Signal Transduction, Biomolecules [Online], p. 472-484. 2015.
  3. WANG, S. et al., How natural dietary antioxidants in fruits, vegetables and legumes promote vascular health, Food Research International,
  4. GULCIN, I., Antioxidant activity of food constituents: an overview, Archives of toxicology, 86, 3, 345-91. 2012.
  5. BENZIE, I. F. F. & STRAIN, J. J., ANTIOXIDANTS | Diet and Antioxidant Defense, Ed. Elsevier: Oxford, pp 117-131. 2005.
  6. CURIESES ANDRÉS, C. et al., From reactive species to disease development: Effect of oxidants and antioxidants on the cellular biomarkers, Journal of Biochemical and Molecular Toxicology, 37, 11, e23455. 2023.
  7. BENZIE, I. F. F. & STRAIN, J. J., ANTIOXIDANTS | Diet and Antioxidant Defense, Ed. Elsevier: Oxford, pp 117-131. 2005.
  8. ROLEIRA, F. M. et al., Lipophilic phenolic antioxidants: correlation between antioxidant profile, partition coefficients and redox properties, Bioorganic & medicinal chemistry, 18, 16, 5816-25. 2010.


Criada em 26 de Junho de 2024
Revista em 30 de Setembro de 2024
Aceite pelo editor em 15 de Outubro de 2024