Diferenças entre edições de "Principio de indução matemática"

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<span style="font-size:8pt"><b>Referência : </b><font color="#003600" >Não citável</font></span>  <span style="font-size:8pt"><font color="red">'''''Esta página ainda não foi aprovada.'''''</font></span>
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<span style="font-size:8pt"><b>Referência : </b> Tavares, J., Geraldo, A., (2018) ''Princípio de indução matemática'', [https://rce.casadasciencias.org Rev. Ciência Elem.], V6(1):087
 
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<span style="font-size:8pt"><b>Autor</b>: <i>João Nuno Tavares e Ângela Geraldo</i></span><br>
 
<span style="font-size:8pt"><b>Autor</b>: <i>João Nuno Tavares e Ângela Geraldo</i></span><br>
<span style="font-size:8pt"><b>Editor</b>: <i>Colocar nome do editor</i></span>
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<span style="font-size:8pt"><b>DOI</b>: <i>[[https://doi.org/10.24927/rce2018.087 https://doi.org/10.24927/rce2018.087]]</i></span><br>
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Podemos usar o princípio de indução matemática para mostrar que:
  
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==Exemplo 3==
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- não existem 3 ou mais que se intersectam num único ponto.
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Em quantas partes dividem o plano?
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Designemos por \(P(n)=\) número de partes em que as \(n\) rectas em posição geral dividem o plano.
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Para \(n=1\), é claro que \(P(1)=2\).
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Suponhamos que conhecemos \(P(n)\) e determinemos \(P(n+1)\). Consideremos pois \(n+1\) rectas
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em posição geral  no plano. As \(n\) primeiras destas rectas dividem o plano em \(P(n)=\) partes. A última,
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chamemos-lhe \(\ell\), intersecta as  \(n\) primeiras em  \(n\) pontos distintos que dividem a recta \(\ell\) em \(n+1\) pontos distintos (veja o applet com \(n=3\) rectas, com \(P(3)=7\) partes, e \(n+1=4\) rectas e \(P(4)=11\) partes).
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Portanto, a recta \(\ell\) tem pontos comuns com \(n+1\) das partes determinadas pelas \(n\) primeiras rectas a que se vêm juntar \(n+1\) novas partes (veja o applet: às \(P(3)=7\) partes determinadas
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pelas \(3\) primeiras rectas, juntam-se \(4\) novas partes).
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Concluindo
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\(P(n+1)=P(n)+(n+1)\)
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Fazendo nesta igualdade \(n\) sucessivamente igual a \(n-1,n-2,\cdots,2,1\), obtemos
  
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\(\begin{eqnarray}
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P(n)&=&P(n-1)+n \\
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P(n-1)&=&P(n-2)+(n-1)\\
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&\vdots&\\
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P(3)&=&P(2)+3\\
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P(2)&=&P(1)+2
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Neste caso \(\mathcal{P}(n)=1+2+3+...\)
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Somando estas igualdades, simplificando e atendendo a que \(P(1)=2\), obtemos
  
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\(\begin{eqnarray}
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P(n)&=&P(1)+[n+(n-1)+\cdots+2]\\
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&=& 1+[n+(n-1)+\cdots+1]\\
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&=& 1+\displaystyle \frac{n(n+1)}{2} \\
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&=&  \displaystyle \frac{n^2+n+2}{2}
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\end{eqnarray}\)
  
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---- <br>Criada em 8 de Janeiro de 2013<br> Revista em 11 de Janeiro de 2013<br> Aceite pelo editor em 31 de Março de 2018<br>
 
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[[Category:Matemática]]

Edição actual desde as 15h50min de 19 de julho de 2021

Referência : Tavares, J., Geraldo, A., (2018) Princípio de indução matemática, Rev. Ciência Elem., V6(1):087
Autor: João Nuno Tavares e Ângela Geraldo
Editor: José Ferreira Gomes
DOI: [https://doi.org/10.24927/rce2018.087]
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Índice


Princípio de indução matemática

O Principio de indução matemática diz o seguinte - seja \(\mathcal{P}(n)\) uma proposição que depende de um inteiro natural \(n\in \mathbb{N}\). Então:

  • se \(\mathcal{P}(1)\) é verdadeira, e se
  • \(\forall n\in \mathbb{N}\) se \(\mathcal{P}(n)\) é verdadeira então \(\mathcal{P}(n+1)\) também o é

a proposição \(\mathcal{P}(n)\) é verdadeira \(\forall n\in \mathbb{N}\). O princípio serve pois para provar proposições do tipo \(\forall n\in \mathbb{N}, \, \mathcal{P}(n)\).


Domino1.gif
A maneira mais usual de visualizar este princípio é a da queda de peças de dominó em cadeia: se a primeira cai, e se cada peça provocar a queda da seguinte, então todas caiem. Mas se a primeira não cai, ou se existe na cadeia alguma peça que não provoque a queda da seguinte, nem todas caiem!

Exemplos

Exemplo 1

Podemos usar o princípio de indução matemática para mostrar que:

\[1+2+3+4+\cdots+n=\frac{n(n+1)}{2}\]


Neste caso \(\displaystyle \mathcal{P}(n)=1+2+3+\cdots+n=\frac{n(n+1)}{2}\). Portanto, \(\mathcal{P}(1)\)\(\displaystyle =1=\frac{1(1+1)}{2}\quad\) e \(\quad \mathcal{P}(n+1)\)\(\displaystyle =1+2+3+\cdots+n+(n+1)=\frac{(n+1)(n+2)}{2}\).


\(\quad\quad\)1. \(\displaystyle \mathcal{P}(1)=1=\frac{1(1+1)}{2}\) é verdadeira.

\(\quad\quad\)2. Supomos agora que \(\mathcal{P}(n)\) é verdadeira, ou seja, a hipótese de indução. Queremos mostrar que \(\mathcal{P}(n+1)\) também é verdadeira.


    \(1+2+3+\cdots+n+(n+1)\) \(=\) \((1+2+3+\cdots+n)+(n+1)\)
\(=\) \(\displaystyle \frac{n(n+1)}{2}+(n+1)\), pela hipótese de indução
\(=\) \(\displaystyle \frac{n(n+1)+2(n+1)}{2} = \frac{(n+1)(n+2)}{2}\) \(\quad\quad \mbox{QED}\)

Exemplo 2

Outro exemplo da aplicação do princípio de indução matemática pode ser visto na demonstração de:

\[17^n-10^n \mbox{é múltiplo de } 7, \, \forall n \in \mathbb{N}\]


\(\quad\quad\)1. \(\mathcal{P}(1)=1=17^1-10^1=7\), que é múltiplo de 7, portanto \(\mathcal{P}(1)\) é verdadeira.

\(\quad\quad\)2. Supomos agora que \(\mathcal{P}(n)\) é verdadeira, ou seja, a hipótese de indução. Queremos mostrar que \(\mathcal{P}(n+1)\) também é verdadeira.


    \(17^{n+1}-10^{n+1}\) \(=\) \(17^n \cdot 17-10^n \cdot 10\)
\(=\) \(17^n \cdot 17 - 10^n \cdot 10 - 17^n \cdot 10 + 17^n \cdot 10\)
\(=\) \(17^n \cdot 17 - 17^n \cdot 10 + 17^n \cdot 10 - 10^n \cdot 10 \)
\(=\) \(17^n \cdot (17-10) + 10 \cdot (17^n - 10^n) \)
\(=\) \(17^n \cdot 7 + 10 \cdot (\mbox{múltiplo de 7})\), pela hipótese de indução
\(=\) \(\mbox{múltiplo de 7}\) \(\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad\qquad \mbox{QED}\)

Exemplo 3

               

Considere \(n\) rectas no plano que estão em posição geral, isto é,

- duas quaisquer intersectam-se (não há paralelas) e - não existem 3 ou mais que se intersectam num único ponto.

Em quantas partes dividem o plano?

Designemos por \(P(n)=\) número de partes em que as \(n\) rectas em posição geral dividem o plano.

Para \(n=1\), é claro que \(P(1)=2\).

Suponhamos que conhecemos \(P(n)\) e determinemos \(P(n+1)\). Consideremos pois \(n+1\) rectas em posição geral no plano. As \(n\) primeiras destas rectas dividem o plano em \(P(n)=\) partes. A última, chamemos-lhe \(\ell\), intersecta as \(n\) primeiras em \(n\) pontos distintos que dividem a recta \(\ell\) em \(n+1\) pontos distintos (veja o applet com \(n=3\) rectas, com \(P(3)=7\) partes, e \(n+1=4\) rectas e \(P(4)=11\) partes).

Portanto, a recta \(\ell\) tem pontos comuns com \(n+1\) das partes determinadas pelas \(n\) primeiras rectas a que se vêm juntar \(n+1\) novas partes (veja o applet: às \(P(3)=7\) partes determinadas pelas \(3\) primeiras rectas, juntam-se \(4\) novas partes).

Concluindo

\(P(n+1)=P(n)+(n+1)\)

Fazendo nesta igualdade \(n\) sucessivamente igual a \(n-1,n-2,\cdots,2,1\), obtemos

\(\begin{eqnarray} P(n)&=&P(n-1)+n \\ P(n-1)&=&P(n-2)+(n-1)\\ &\vdots&\\ P(3)&=&P(2)+3\\ P(2)&=&P(1)+2 \end{eqnarray}\)

Somando estas igualdades, simplificando e atendendo a que \(P(1)=2\), obtemos

\(\begin{eqnarray} P(n)&=&P(1)+[n+(n-1)+\cdots+2]\\ &=& 1+[n+(n-1)+\cdots+1]\\ &=& 1+\displaystyle \frac{n(n+1)}{2} \\ &=& \displaystyle \frac{n^2+n+2}{2} \end{eqnarray}\)



Criada em 8 de Janeiro de 2013
Revista em 11 de Janeiro de 2013
Aceite pelo editor em 31 de Março de 2018