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(Produto escalar de dois vetores)
 
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<span style="font-size:8pt"><b>Referência : </b><font color="#003600" >Não citável</font></span>  <span style="font-size:8pt"><font color="red">'''''Esta página ainda não foi aprovada.'''''</font></span>
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<span style="font-size:8pt"><b>Referência : </b> Tavares, J., Geraldo, A., (2019) Produto escalar, ''[http://rce.casadasciencias.org Rev. Ciência Elem.]'',  V7(2):039
 
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<span style="font-size:8pt"><b>Autor</b>: <i>João Nuno Tavares e Ângela Geraldo</i></span><br>
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<span style="font-size:8pt"><b>Autores</b>: <i>[[Usu&aacute;rio:Jntavar_e_Angela|João Nuno Tavares e Ângela Geraldo]]</i></span><br>
<span style="font-size:8pt"><b>Editor</b>: <i>Colocar nome do editor</i></span>
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<span style="font-size:8pt"><span style="font-size:8pt"><b>Editor</b>: <i>[[Usu&aacute;rio:Jfgomes47|José Ferreira Gomes]]</i></span><br>
 
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<span style="font-size:8pt"><b>DOI</b>: <i>[[http://doi.org/10.24927/rce2019.039 http://doi.org/10.24927/rce2019.039]]</i></span><br>
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<html><a href="https://rce.casadasciencias.org/rceapp/pdf/2019/039/" target="_blank">
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__TOC__
 
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==Produto escalar de dois vetores==
 
==Produto escalar de dois vetores==
  
O produto escalar (euclidiano) de dois vetores \(\vec u = (u_1,u_2)\) e \(\vec v = (v_1,v_2)\) define-se por:
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| O produto escalar (euclidiano) de dois vetores \(\vec u = (u_1,u_2)\) e \(\vec v = (v_1,v_2)\) em \(\mathbb{R}^2\) define-se por:
  
 
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! style="background: #efefef;" | \[\vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2).(v_1,v_2)=u_1 v_1+u_2 v_2\]
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! style="background: #efefef;" | \[ \quad \vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2).(v_1,v_2)=u_1 v_1+u_2 v_2 \quad \]
 
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Da mesma forma se define o produto escalar de dois vetores \(\vec u = (u_1,u_2,u_3)\) e \(\vec v = (v_1,v_2,v_3)\) no espaço:
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Da mesma forma se define o produto escalar de dois vetores \(\vec u = (u_1,u_2,u_3)\) e \(\vec v = (v_1,v_2,v_3)\) em \(\mathbb{R}^3\):
  
 
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! style="background: #efefef;" | \[\vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2,u_3).(v_1,v_2,v_3)=u_1 v_1+u_2 v_2+u_3 v_3\]
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! style="background: #efefef;" | \[ \quad \vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2,u_3).(v_1,v_2,v_3)=u_1 v_1+u_2 v_2+u_3 v_3 \quad \]
 
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Pela desigualdade \(|\vec u \cdot \vec v| \le \|\vec u\|\|\vec v\|\), e uma vez que os dois vetores são não nulos, deduzimos que \(\displaystyle \frac{|\vec u \cdot \vec v|}{\|\vec u\|\|\vec v\|} \le 1\), isto é:
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Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, \(|\vec u \cdot \vec v| \le \|\vec u\|\|\vec v\|\), e considerando os dois vetores não nulos, deduzimos que \(\displaystyle \frac{|\vec u \cdot \vec v|}{\|\vec u\|\|\vec v\|} \le 1\), isto é, \(\displaystyle -1 \le \frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\|\|\vec v\|} \le 1\).
 
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\(\displaystyle -1 \le \frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\|\|\vec v\|} \le 1\)
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\[\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=\frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\| \|\vec v\|}\]
 
\[\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=\frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\| \|\vec v\|}\]
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<html><iframe scrolling="no" title="Produto escalar" src="https://www.geogebra.org/material/iframe/id/x2pc8gca/width/1255/height/607/border/888888/sfsb/true/smb/false/stb/false/stbh/false/ai/false/asb/false/sri/false/rc/false/ld/false/sdz/false/ctl/false" width="430px" height="550px" style="border:0px;"> </iframe></html>
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Daqui resulta outra expressão que nos permite determinar o produto escalar entre dois vetores,
Daqui resulta outra expressão que nos permite obter o produto escalar entre dois vetores,
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\[\vec u \cdot \vec v= \|vec u\| \|vec v\| \cos(\vec u \mbox{^} \vec v)\]
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Considerando \(\vec u\) e \(\vec v\) dois vetores, do plano ou do espaço, o produto escalar de \(\vec u\) e \(\vec v\) é o '''número''' representado por \(\vec u \cdot \vec v\) e definido como:
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! style="background: #efefef;" | \[\vec u \cdot \vec v = \|\vec u\|.\|\vec v\|.\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)\]
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===Nas coordenadas do vetores===
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<u>'''Atenção'''</u>: Do produto escalar entre dois vetores resulta um <span style="color:blue">'''número real'''</span> e não um vetor.
  
Podemos também obter o produto escalar entre dois vetores através das coordenadas dos vetores. Vamos então considerar \(\vec u\) e \(\vec v\) dois vetores cujas coordenadas são, \(\vec u = (u_1,u_2)\) e \(\vec v = (v_1,v_2)\), <u>no plano</u>, ou \(\vec u = (u_1,u_2,u_3)\) e \(\vec v = (v_1,v_2,v_3)\) <u>no espaço</u>.
 
  
'''No plano''' esse produto escalar é dado pela soma do produto das abcissas com o produto das ordenadas da seguinte forma:
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A [[Norma de um vetor|norma de um vetor]] \(\,\vec u \in \mathbb{R}^2\) é dada por \(\|\vec u\|=\sqrt{{u_1}^2+{u_2}^2}\), \(u_1\) e \(u_2\) coordenadas de \(\vec u\). Já a norma de um vetor \(\vec u=(u_1,u_2,u_3) \in \mathbb{R}^3\) é dada por \(\|\vec u\|=\sqrt{{u_1}^2+{u_2}^2+{u_3}^2}\).
  
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! style="background: #efefef;" | \[\vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2).(v_1,v_2)=u_1.v_1+u_2.v_2\]
 
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De forma semelhante podemos obter o prduto escalar através das coordenadas dos vetores '''no espaço''':
 
 
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! style="background: #efefef;" | \[\vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2,u_3).(v_1,v_2,v_3)=u_1.v_1+u_2.v_2+u_3.v_3\]
 
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==Propriedades==
 
==Propriedades==
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\(\quad \quad \vec u\) e \(\vec v\) colineares  com o sentidos contrários \(\Rightarrow \, \vec u \mbox{^} \vec v = 180º \, \Rightarrow  \, \cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=-1 \, \Rightarrow \, \vec  u \cdot \vec v = - \|\vec u\| . \|\vec v\|\).
 
\(\quad \quad \vec u\) e \(\vec v\) colineares  com o sentidos contrários \(\Rightarrow \, \vec u \mbox{^} \vec v = 180º \, \Rightarrow  \, \cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=-1 \, \Rightarrow \, \vec  u \cdot \vec v = - \|\vec u\| . \|\vec v\|\).
  
\(\mathbf{[2]}\,\)  \(\vec u \cdot \vec u=\|\vec u\|^2\) o que se deduz diretamente da propriedade anterior considerando \(\vec u\) e \(\vec u\) dois vetores colineares com o mesmo sentido.
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\(\mathbf{[2]}\,\)  <span style="color:blue">\(\vec u \cdot \vec u=\|\vec u\|^2\)</span> o que se deduz diretamente da propriedade anterior considerando \(\vec u\) e \(\vec u\) dois vetores colineares com o mesmo sentido.
  
\(\mathbf{[3]}\,\)  \(\vec u \cdot \vec v \, \Longleftrightarrow \, \vec u \perp \vec v\).
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\(\mathbf{[3]}\,\)  <span style="color:blue">\(\vec u \cdot \vec v=0 \, \Longleftrightarrow \, \vec u \perp \vec v\)</span>.
  
 
\(\quad \quad\) Neste caso temos de mostrar cada uma das implicações anteriores.
 
\(\quad \quad\) Neste caso temos de mostrar cada uma das implicações anteriores.
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\(\quad\quad\)Provadas as duas implicações provamos que \(\vec u \cdot \vec v \, \Longleftrightarrow \, \vec u \perp \vec v\).
 
\(\quad\quad\)Provadas as duas implicações provamos que \(\vec u \cdot \vec v \, \Longleftrightarrow \, \vec u \perp \vec v\).
  
\(\mathbf{[4]}\,\)  Se \(\vec u \cdot \vec v < 0\) então o ângulo formado por \(\vec u\) e \(\vec v\) é um ângulo obtuso.
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\(\mathbf{[4]}\,\)  Se <span style="color:blue">\(\vec u \cdot \vec v < 0\)</span> então o ângulo formado por \(\vec u\) e \(\vec v\) é um ângulo obtuso, ou seja, <span style="color:blue">\(90º < \vec u \mbox{^} \vec v < 180º\)</span>.
  
 
\(\quad\quad\) Para provar esta propriedade basta verificar que se \(\vec u \cdot \vec v < 0\,\) então \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)<0\) o que implica que \(\vec u \mbox{^} \vec v\) é um ângulo obtuso (de amplitude superior a \(90º\) e inferior a \(180º\)).
 
\(\quad\quad\) Para provar esta propriedade basta verificar que se \(\vec u \cdot \vec v < 0\,\) então \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)<0\) o que implica que \(\vec u \mbox{^} \vec v\) é um ângulo obtuso (de amplitude superior a \(90º\) e inferior a \(180º\)).
  
\(\mathbf{[5]}\,\)  Se \(\vec u \cdot \vec v > 0\) então o ângulo formado por \(\vec u\) e \(\vec v\) é ângulo agudo.
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\(\mathbf{[5]}\,\)  Se <span style="color:blue">\(\vec u \cdot \vec v > 0\)</span> então o ângulo formado por \(\vec u\) e \(\vec v\) é ângulo agudo, ou seja, <span style="color:blue">\(0º < \vec u \mbox{^} \vec v < 90º\)</span>.  
  
 
\(\quad\quad\) Verifica-se que se \(\vec u \cdot \vec v > 0\,\) então \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)>0\) o que implica que \(\vec u \mbox{^} \vec v\) é um ângulo agudo (de amplitude superior a \(0º\) e inferior a \(90º\)).
 
\(\quad\quad\) Verifica-se que se \(\vec u \cdot \vec v > 0\,\) então \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)>0\) o que implica que \(\vec u \mbox{^} \vec v\) é um ângulo agudo (de amplitude superior a \(0º\) e inferior a \(90º\)).
  
\(\mathbf{[6]}\,\)  \(\displaystyle\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=\frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\|.\|\vec v\|}\).
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\(\mathbf{[6]}\,\)  <span style="color:blue">\(\vec u \cdot \vec v=\vec v \cdot \vec u\)</span>.  
 
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\(\quad\quad\) Esta propriedade sai diretamente da definição de produto escalar entre dois vetores.
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\(\mathbf{[7]}\,\)  \(\vec u \cdot \vec v=\vec v \cdot \vec u\).  
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\(\mathbf{[7]}\,\)  <span style="color:blue">\(k(\vec u \cdot \vec v)=(k\vec u) \cdot \vec v = \vec u \cdot (k \vec v)\)</span>, para todo o \(k \in \mathbb{R}\).  
  
\(\mathbf{[8]}\,\)  \((k \cdot\vec u)\cdot \vec v=k.(\vec u \cdot \vec v)\) para todo o \(k \in \mathbb{R}\).  
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\(\mathbf{[8]}\,\)  Propriedade distributiva do produto escalar em relação à adição de vetores, <span style="color:blue">\(\vec u \cdot (\vec v+\vec w)=\vec u \cdot \vec v + \vec u \cdot \vec w\)</span>.  
  
\(\mathbf{[9]}\,\)  Propriedade distributiva do produto escalar em relação à adição de vetores,\(\vec u \cdot (\vec v+\vec w)=\vec u \cdot \vec v + \vec u \cdot \vec w\).  
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\(\mathbf{[9]}\,\)  Desigualdade de Cauchy-Schwarz: <span style="color:blue">\(|\vec u \cdot \vec v| \le \|\vec u\| \|\vec v\|\)</span>.  
  
  
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---- <br>Criada em 22 de Novembro de 2018<br> Revista em 29 de Maio de 2019<br> Aceite pelo editor em 21 de Junho de 2019<br>
 
[[Category:Matemática]]
 
[[Category:Matemática]]

Edição actual desde as 10h39min de 30 de julho de 2019

Referência : Tavares, J., Geraldo, A., (2019) Produto escalar, Rev. Ciência Elem., V7(2):039
Autores: João Nuno Tavares e Ângela Geraldo
Editor: José Ferreira Gomes
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2019.039]
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Índice


Produto escalar de dois vetores

O produto escalar (euclidiano) de dois vetores \(\vec u = (u_1,u_2)\) e \(\vec v = (v_1,v_2)\) em \(\mathbb{R}^2\) define-se por:
\[ \quad \vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2).(v_1,v_2)=u_1 v_1+u_2 v_2 \quad \]


Da mesma forma se define o produto escalar de dois vetores \(\vec u = (u_1,u_2,u_3)\) e \(\vec v = (v_1,v_2,v_3)\) em \(\mathbb{R}^3\):

\[ \quad \vec u \cdot \vec v = (u_1,u_2,u_3).(v_1,v_2,v_3)=u_1 v_1+u_2 v_2+u_3 v_3 \quad \]


Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz, \(|\vec u \cdot \vec v| \le \|\vec u\|\|\vec v\|\), e considerando os dois vetores não nulos, deduzimos que \(\displaystyle \frac{|\vec u \cdot \vec v|}{\|\vec u\|\|\vec v\|} \le 1\), isto é, \(\displaystyle -1 \le \frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\|\|\vec v\|} \le 1\).


Portanto existe um único valor \(\theta \in [0,\pi]\) tal que \(\displaystyle \cos \theta=\frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\|\|\vec v\|}\), já que a função cosseno restrita ao intervalo \([0,\pi]\) é uma função bijetiva sobre o intervalo \([-1,1]\). A este valor \(\theta\) chama-se o ângulo convexo entre dois vetores não nulos \(\vec u\) e \(\vec v\). Considerando \(\theta=(\vec u \mbox{^} \vec v) \in [0,\pi]\), esse ângulo define-se então através de:

\[\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=\frac{\vec u \cdot \vec v}{\|\vec u\| \|\vec v\|}\]

Daqui resulta outra expressão que nos permite determinar o produto escalar entre dois vetores,

\[ \quad \vec u \cdot \vec v = \|\vec u\|\|\vec v\|\cos(\vec u \mbox{^} \vec v) \quad \]


Atenção: Do produto escalar entre dois vetores resulta um número real e não um vetor.


A norma de um vetor \(\,\vec u \in \mathbb{R}^2\) é dada por \(\|\vec u\|=\sqrt{{u_1}^2+{u_2}^2}\), \(u_1\) e \(u_2\) coordenadas de \(\vec u\). Já a norma de um vetor \(\vec u=(u_1,u_2,u_3) \in \mathbb{R}^3\) é dada por \(\|\vec u\|=\sqrt{{u_1}^2+{u_2}^2+{u_3}^2}\).


Propriedades

Vamos agora ver algumas das propriedades do produto escalar entre dois vetores, \(\vec u \) e \(\vec v\) não nulos:


\(\mathbf{[1]}\,\) Se \(\vec u\) e \(\vec v\) são dois vetores colineares podemos ter dois casos:

  • \(\vec u\) e \(\vec v\) têm o mesmo sentido então \(\vec u \cdot \vec v = \|\vec u\| . \|\vec v\|\) pois

\(\quad \quad \vec u\) e \(\vec v\) colineares com o mesmo sentido \(\Rightarrow \, \vec u \mbox{^} \vec v = 0º \, \Rightarrow \, \cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=1 \, \Rightarrow \, \vec u \cdot \vec v = \|\vec u\| . \|\vec v\|\).

  • \(\vec u\) e \(\vec v\) têm sentido contrário então \(\vec u \cdot \vec v = - \|\vec u\| . \|\vec v\|\) pois

\(\quad \quad \vec u\) e \(\vec v\) colineares com o sentidos contrários \(\Rightarrow \, \vec u \mbox{^} \vec v = 180º \, \Rightarrow \, \cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=-1 \, \Rightarrow \, \vec u \cdot \vec v = - \|\vec u\| . \|\vec v\|\).

\(\mathbf{[2]}\,\) \(\vec u \cdot \vec u=\|\vec u\|^2\) o que se deduz diretamente da propriedade anterior considerando \(\vec u\) e \(\vec u\) dois vetores colineares com o mesmo sentido.

\(\mathbf{[3]}\,\) \(\vec u \cdot \vec v=0 \, \Longleftrightarrow \, \vec u \perp \vec v\).

\(\quad \quad\) Neste caso temos de mostrar cada uma das implicações anteriores.

\(\quad \quad \vec u \cdot \vec v=0 \, \Rightarrow \, \cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=0\) mas \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=0\,\) e \(\,0\le\vec u \mbox{^} \vec v\le180º \, \Rightarrow \,\vec u \mbox{^} \vec v=90º\, \) ou seja, \(\vec u\) e \(\vec v\) são perpendiculares.

\(\quad\quad \)Acabamos então de provar que se o produto escalar entre dois vetores for igual a zero então esses vetores são perpendiculares.

\(\quad \quad\)Já se \(\vec u \perp \vec v \, \Rightarrow \, \vec u \mbox{^} \vec v=90º \, \Rightarrow \, (\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)=0 \, \Rightarrow \, \vec u \cdot \vec v =0\).

\(\quad\quad \)Provamos então que se dois vetores são perpendiculares então o produto escalar entre esses dois vetores é igual a zero.

\(\quad\quad\)Provadas as duas implicações provamos que \(\vec u \cdot \vec v \, \Longleftrightarrow \, \vec u \perp \vec v\).

\(\mathbf{[4]}\,\) Se \(\vec u \cdot \vec v < 0\) então o ângulo formado por \(\vec u\) e \(\vec v\) é um ângulo obtuso, ou seja, \(90º < \vec u \mbox{^} \vec v < 180º\).

\(\quad\quad\) Para provar esta propriedade basta verificar que se \(\vec u \cdot \vec v < 0\,\) então \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)<0\) o que implica que \(\vec u \mbox{^} \vec v\) é um ângulo obtuso (de amplitude superior a \(90º\) e inferior a \(180º\)).

\(\mathbf{[5]}\,\) Se \(\vec u \cdot \vec v > 0\) então o ângulo formado por \(\vec u\) e \(\vec v\) é ângulo agudo, ou seja, \(0º < \vec u \mbox{^} \vec v < 90º\).

\(\quad\quad\) Verifica-se que se \(\vec u \cdot \vec v > 0\,\) então \(\,\cos(\vec u \mbox{^} \vec v)>0\) o que implica que \(\vec u \mbox{^} \vec v\) é um ângulo agudo (de amplitude superior a \(0º\) e inferior a \(90º\)).

\(\mathbf{[6]}\,\) \(\vec u \cdot \vec v=\vec v \cdot \vec u\).

\(\mathbf{[7]}\,\) \(k(\vec u \cdot \vec v)=(k\vec u) \cdot \vec v = \vec u \cdot (k \vec v)\), para todo o \(k \in \mathbb{R}\).

\(\mathbf{[8]}\,\) Propriedade distributiva do produto escalar em relação à adição de vetores, \(\vec u \cdot (\vec v+\vec w)=\vec u \cdot \vec v + \vec u \cdot \vec w\).

\(\mathbf{[9]}\,\) Desigualdade de Cauchy-Schwarz: \(|\vec u \cdot \vec v| \le \|\vec u\| \|\vec v\|\).




Criada em 22 de Novembro de 2018
Revista em 29 de Maio de 2019
Aceite pelo editor em 21 de Junho de 2019