Diferenças entre edições de "Ângulo (medidas)"
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Revisão das 16h05min de 17 de fevereiro de 2013
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Autor: João Nuno Tavares e Ângela Geraldo
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Ângulos orientados
Noção de ângulo
Uma semi-reta de origem O, pertencente a um dado plano, pode mover-se nesse plano rodando em torno de O em dois sentidos: ou no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do relógio que será o sentido positivo, ou no sentido oposto, sentido negativo. Quando a semi-reta partindo da posição a, roda em torno da origem O acabando por ocupar a posição b, diz-se que descreveu o ângulo ∠a,b. À semi-reta a chamamos lado origem e à semi-reta b lado extremidade. O ponto O é o vértice do ângulo.
Assim, o ângulo é positivo ou negativo, conforme o sentido de rotação que leva o lado origem a ocupar a posição lado extremidade seja positivo ou negativo. Nestas condições, a ordem pela qual se consideram lados do ângulo não é indiferente tendo o ângulo um sentido (ângulo orientado).
Quando a semi-reta a descreve uma rotação em torno da origem O de tal forma que vem a ocupar a posição inicial, efetuando assim uma revolução completa num dado sentido, dizemos que essa semi-reta descreveu o ângulo de um giro, ou mais simplesmente, um ângulo giro. E como nada impede que esse movimento de rotação continue (no sentido positivo ou negativo), concebem-se assim ângulos (positivos ou negativos) que podem exceder um ou mais ângulos giros.
Portanto, um par ordenado (a,b) de duas semi-retas com a mesma origem O corresponde a um ser geométrico múltiplo chamado ângulo trigonométrico, constituído por um número infinito de determinações, cada uma das quais se refere à amplitude e sentido da rotação que leva o lado origem a coincidir com o lado extremidade.
Medida dos ângulos
Se A e U forem duas grandezas (da mesma espécie contínua) e se U for não nula, existe um e um só número real α tal que, A=αU. A este número α chama-se a medida de A relativamente a U. Determinar α é medir a grandeza A tomando para unidade a grandeza U.
Considerando agora os ângulos orientados, podemos afirmar que dados dois ângulos A e U (U não nulo), existe um e um só número real m tal que, A=mU. O número m representa assim a medida do ângulo A relativamente à unidade U.
Fixada a unidade U estabelece-se assim uma correspondência biunívoca entre o conjunto dos ângulos orientados e conjunto dos números reais (medidas dos ângulos). Esta correspondência é tal que a relação de igualdade, a relação de grandeza e a adição de ângulos se traduz, respetivamente, na relação de igualdade, na relação de grandeza e na adição de números reais.
A escolha da unidade U é arbitrária, mas habitualmente usa-se um dos três sistemas de unidades definidos em seguida.
Sistema sexagesimal
No sistema sexagesimal admite-se como unidade fundamental o grau. Um grau corresponde a 190 do ângulo reto que por sua vez é um quarto de um ângulo giro.
Assim sendo, um ângulo reto mede 90º (90 graus) e um ângulo giro mede 360º (360 graus) pois 90×4=360.
Como submúltiplos do grau usam-se:
O minuto sexagesimal (1′) corresponde a 160 do grau, ou seja, 60 minutos sexagesimais são 1 grau. O segundo sexagesimal (1″) corresponde a 160 do minuto e portanto 13600 do grau, ou seja, 3600 segundos sexagesimais são 1 grau. O décimo do segundo, o centésimo do segundo etc. |
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Exemplo
Um ângulo composto de 30 graus, 12 minutos, 8 segundos e 2 centésimos que simbolicamente podemos representar por 30º 12′ 8″ ,02
tem uma medida em graus de 30+1260+83600+2360×100≃30,2023.
Para indicar a medida deste ângulo usamos habitualmente a notação 30º 12′ 8″ ,02 para nos referirmos ao número anterior.
Sistema centesimal
No sistema centesimal admite-se como unidade fundamental o grado. Um grado corresponde a 1100 do ângulo reto que por sua vez é um quarto de um ângulo giro.
Assim sendo, um ângulo reto mede 100g (100 grados) e um ângulo giro mede 400g (400 grados) pois 100×4=400.
Como submúltiplos do grado usam-se:
O minuto centesimal (1‵) corresponde a 1100 do grau, ou seja, 100 minutos centesimais são 1 grado. O segundo centesimal (1‶) corresponde a 1100 do minuto e portanto 110000 do grado, ou seja, 10000 segundos centesimais são 1 grado. O décimo do segundo centesimal, o centésimo do segundo centesimal etc. |
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Exemplo
Um ângulo composto de 20 grados, 8 minutos e 24 segundos que simbolicamente podemos representar por 20g 8‵ 24‶
tem uma medida em grados de 20+8100+2410000=20,0824.
Para indicar a medida deste ângulo no sistema centesimal usamos habitualmente a notação 20g 8‵ 24‶ para nos referirmos ao número anterior.
Sistema circular
No sistema circular a unidade de medida é o radiano. Como sabemos um radiano é a medida de um ângulo ao centro definido num círculo por um arco com o mesmo comprimento que o raio do círculo. Sabemos também que existe proporcionalidade direta entre a medida de um ângulo ao centro e o comprimento do arco correspondente. Considerando o ângulo da figura 1 podemos então estabelecer que:
medida de um radianomedida de um ângulo giro=comprimento do arco ABcomprimento da circunferência
Como o comprimento do arco AB é igual ao raio do círculo, resulta que
medida de um radianomedida de um ângulo giro=r2πr=12π
Esta relação mostra que a medida de um ângulo giro é de 2π radianos.
Estabelecendo a relação com os dois sistemas de unidades anteriores temos que:
360º=2π radianos e 400g=2π radianos
Daqui resulta que,
1 radiano=(3602π)∘≃57º17′45″
1 radiano=(4002π)g≃63º66‵20‶
Passagem de um sistema de unidades para outro
Consideremos um ângulo ∠a,b qualquer e designemos por s, c e d as medidas nos sistemas sexagesinal, centesimal e circular, respetivamente. Necessitamos de estabelecer uma relação destas medidas com medidas já conhecidas, como por exemplo, a medida de um ângulo raso, que é de 180º no sistema sexagesimal, de 200g no centesimal e de π rad no circular. Como a razão entre grandezas da mesma espécie é o quociente das suas medidas relativamente a uma unidade comum, resulta que a razão entre o ângulo ∠a,b e o ângulo raso pode ser expressa pelos números s180, c200 ou por dπ.
Como os três números anteriores são iguais então temos que:
s180=c200=dπ |
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Esta relação permite-nos, conhecendo a medida de um ângulo num dos sistemas, determinar a medida desse mesmo ângulo num dos outros dois sistemas de unidades.
Notas históricas
Referências
- J. Jorge G. Calado (1974) "Compêndio de Trigonometria" 4ªedição. Liv. Popular de Francisco Franco, Lisboa.
- Elemento 2
- Elemento 3