Soluto

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Referência : Lima, L.S., (2015) Soluto, Rev. Ciência Elem., V3(2):148
Autor: Luis Spencer Lima
Editor: Jorge Gonçalves
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2015.148]
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Designa-se por soluto qualquer substância que é dissolvida num solvente para formar uma solução. Geralmente, o soluto está presente em solução em menor quantidade do que o solvente. Pode ser um sólido, um líquido ou um gás, mas após a sua dissolução, o soluto assume o mesmo estado físico do solvente.


A dissolução continuada de um soluto num solvente só se dá até se atingir um valor limite de concentração, denominado solubilidade, a partir do qual o solvente deixa de ter capacidade de dissolver qualquer quantidade adicional de soluto. A solubilidade de um soluto num determinado solvente é dependente da temperatura.


Ao dissolver-se num determinado solvente líquido, o soluto pode permanecer na forma molecular ou formar iões. Um soluto que forme iões após dissolução é designado por electrólito. Um soluto que permaneça na forma molecular designa-se por não-electrólito (e.g. ureia). Os electrólitos podem subdividir-se em electrólitos fracos (e.g. ácido acético) e fortes (e.g. cloreto de sódio). Um electrólito fraco, quando em solução, permanece sobretudo na forma molecular originando uma pequena percentagem de iões, ao passo que um electrólito forte dissocia-se ou ioniza-se quase na totalidade.


A formação (ou não) de iões em solução é influenciada pela natureza das ligações intra e intermoleculares do soluto e do solvente e da interacção entre as suas moléculas. Um soluto iónico é aquele cujas ligações entre os átomos que o constituem têm carácter iónico. As ligações são de carácter predominantemente iónico quando a diferença de electronegatividade entre os átomos ligados é elevada, o que faz com que a densidade electrónica entre os átomos ligados seja apreciavelmente maior em torno do elemento mais electronegativo, dando origem, na prática, a iões. Ao dissolver-se dá-se a dissociação em iões, isto é, estas ligações do soluto são quebradas por acção do solvente e estabelece-se uma interacção electrostática estabilizadora entre os iões de soluto e as moléculas/iões de solvente. Este processo é tanto mais favorável quanto maior for o valor da permitividade eléctrica relativa (constante dieléctrica) do solvente. O caso de um electrólito não iónico é em tudo semelhante, à excepção do facto das ligações intramoleculares serem covalentes (não existem iões na malha cristalina) e ao dissolver-se, poder formar iões (ionizar-se) ou não.


Quando um soluto é dissolvido num dado solvente, obtém-se uma solução com algumas propriedades físicas diferentes das desse solvente. Por exemplo, a temperatura de ebulição e a pressão osmótica são maiores na solução do que solvente puro enquanto a temperatura de fusão e a pressão de vapor são menores. Estes são exemplos de propriedades coligativas, que são propriedades físicas que dependem apenas da quantidade de soluto dissolvido por unidade de massa de solvente e não da sua natureza.




Criada em 28 de Outubro de 2010
Revista em 14 de Julho de 2010
Aceite pelo editor em 13 de Setembro de 2010