Protecção Catódica

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Referência : Abrantes, L.M., (2015) Proteção Catódica, Rev. Ciência Elem., V3(2):132
Autores: Luisa Maria Abrantes
Editor: Irene Montenegro
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2015.132]
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Historicamente, os fundamentos da técnica foram presentes em 1824 na Royal Society of London por Sir Humphry Davy. A protecção catódica é um processo para evitar a corrosão metálica, criando condições que garantam que a diferença de potencial entre o metal, M, a proteger, e o meio envolvente seja inferior ao potencial de equilíbrio, Eeq , da respectiva dissolução anódica M = Mz+ + ze. Tal é concretizado fazendo de M a fase terminal catódica de uma célula electroquímica, seja galvânica, seja electrolítica. No primeiro caso, M tem de ser conectado a outro metal, M’, cujo potencial de eléctrodo, E’eq, seja menor que Eeq. Consequentemente, ocorre a dissolução anódica de M’ o que justifica a designação corrente de ânodo sacrificado. No cátodo verifica-se

2H+ + 2e  → H2 (meio ácido)

ou

2H2O + O2 + 4e → 4 OH- (meio neutro)

persevando-se assim a integridade de M. Na alternativa de formação de uma célula electrolítica, há a necessidade de aplicar uma corrente eléctrica, por isso denominada impressa, o que implica o recurso a um gerador externo. Por razões óbvias de carácter económico, os ânodos são inertes, pelo que a correspondente reacção electródica é

2H2O → 4 H+ + O2 + 2e.

Ambos os métodos apresentam vantagens e inconvenientes, alguns relacionados com as dimensões e geometrias das estruturas a proteger. A decisão de utilizar este tipo de protecção, bem como a opção por ânodos sacrificados ou corrente impressa, deve ser fundamentada por cuidadosa análise das vertentes técnica e económica; a sua implementação implica criterioso dimensionamento.

A protecção catódica é amplamente empregue em estruturas metálicas enterradas ou submersas, e.g. tugagens, tanques e depósitos, redes eléctricas, navios, equipamentos portuários, plataformas marítimas, armaduras de cimento armado. Comparativamente a outros tratamentos anti-corrosão, apresenta a significativa vantagem da simplicidade e fácil monitorização em contínuo.


Referências

-R. W. Revie, H. H. Uhlig, Corrosion and Corrosion Control, 4ª ed, John Wiley & Sons Inc. Hoboken, New Jersey (2008)

- Handbook of Cathodic Corrosion Protection,- Theory and Practice of Electrochemical Protection Processes, 3rd edition, W. von Baeckmann, W. Schwenk and W. Prinz Eds, Gulf Professional Publishing (an imprint of Elsevier) (1997).




Criada em 12 de Fevereiro de 2012
Revista em 18 de Maio de 2012
Aceite pelo editor em 18 de Maio de 2012