Ozono

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Referência : Ribeiro, D., (2015) Ozono, Rev. Ciência Elem., V3(1):087
Autores: Daniel Ribeiro
Editor: Jorge Gonçalves
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2015.087]


O ozono (ou trioxigénio) é uma substância elementar cujas moléculas são constituídas por três átomos de oxigénio ligados entre si por duas ligações covalentes com ordem de ligação 1,5, ou seja, intermédias entre simples e duplas. O ozono é uma variedade alotrópica do oxigénio.[1] O ozono gasoso possui uma cor azulada, é bastante tóxico e tem um cheiro pungente; o ozono líquido é azul escuro mas no estado sólido é roxo.

Em março de 1839, o químico alemão Christian Schönbein (1799 – 1868) verificou que na eletrólise da água se notava um odor característico no elétrodo positivo.[2] Este odor era idêntico ao odor sentido aquando da ocorrência de um arco elétrico entre dois eléctrodos. É por este motivo que o nome ozono deriva do grego ozein, que em português siginifica “exalar cheiro”. A fórmula molecular do ozono foi determinada posteriormente, em 1865, pelo químico suíço Jacques-Louis Soret[2] (1827 – 1890).

O ozono pode obter-se por ação de descargas elétricas no seio do oxigénio, ou pela ação da radiação ultravioleta sobre o oxigénio molecular. A reação de formação do ozono a partir do oxigénio é endoenergética[3], e é traduzida segundo a equação:


3O2(g) + 285,4kJ → 2O3(g)


A presença de ozono nas camadas superiores da atmosfera é de importância vital, dado que previne que grande parte da radiação solar ultravioleta atinja a superfície terrestre. Absorvendo radiação ultravioleta transforma-se em dioxigénio. Esta reação, (exotérmica), é a causa de aquecimento da estratosfera com a altitude.

Tem havido uma crescente preocupação social e científica com a presença de poluentes na atmosfera, porque têm um efeito destruidor da fina camada de ozono que circunda o planeta conduzindo a uma maior exposição humana à radiação ultravioleta responsável pelos elevados índices de cancro de pele em todo o mundo. O grande buraco na camada de ozono está concentrado por cima do continente antártico.

Apesar de nos fornecer proteção, o ozono na troposfera é tóxico e a exposição a este não deve exceder os 0,2 mg/m3 (valor estimado para uma exposição no local de trabalho – 40 horas semanais de trabalho).[3]

Referências

  1. [1] R. Chang, Chemistry, 10th edition, Boston: McGraw-Hill, 2010, ISBN: 978-0-07-351109-2.
  2. [2] M. Rubin, “The History of Ozone. The Schönbein Period, 1839-1868”, Bull. Hist. Chem. 26(1) (2001), 40-56. Acedido por http://www.scs.illinois.edu/~mainzv/HIST/awards/OPA%20Papers/2001-Rubin.pdf, consultado em 27/11/2011.
  3. [3] D. R. Lide, ed., CRC Handbook of Chemistry and Physics, 89th edition, Boca Raton, Fla. London: CRC, 2008, ISBN: 978-1420066791.


Criada em 5 de Dezembro de 2013
Revista em 9 de Dezembro de 2013
Aceite pelo editor em 12 de Dezembro de 2013