As equações de Fresnel

Da WikiCiências
Share/Save/Bookmark
Ir para: navegação, pesquisa

Referência : Lage, E., (2023) As equações de Fresnel, Rev. Ciência Elem., V11(3):029
Autora: Eduardo Lage
Editor: João Nuno Tavares
DOI: [https://doi.org/10.24927/rce2023.029]
PDF Download


[editar] Resumo

As leis da ótica geométrica são completamente reproduzidas pelas condições cinemáticas do eletromagnetismo para ondas que incidam sobre uma superfície que divide dois meios distintos. Mas o eletromagnetismo vai mais longe porque fornece expressões bem definidas para as amplitudes relativas das ondas refletida e transmitida– são a equações de Fresnel (1823). Com base nelas, são estudadas a refletância e transmitância para diversos tipos de interfaces separando meios lineares, isotrópicos e não magnéticos, introduz-se o ângulo de Brewster e considera-se a pressão que a radiação exerce sobre um bom condutor.


Quando uma onda eletromagnética incide na superfície plana que separa dois meios diferentes, são originadas uma onda refletida e uma onda transmitida. Para uma onda incidente plana e monocromática, toda a dependência dos seus campos no espaço e no tempo é definida pelo fator:


ei(krωt) (1)


onde k é o vetor de onda e ω a frequência angular. As condições de passagem no plano de separação (que se tomará para plano xz, com o eixo y perpendicular), são relações lineares entre componentes do campo e determinam que as três ondas têm a mesma frequência e a mesma componente do vetor de onda naquele plano[1]:


k(i)x=k(r)x=k(t)x (2)


Conhecidas as relações de dispersão[2] em cada meio, ficam completamente determinados os vetores de onda. Em particular, para a onda refletida, propagando-se no mesmo meio da incidente, a equação (2) impõe:


k(r)y=k(i)y (3)


Isto é, o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão.

Admitir-se-á doravante que o meio onde se propaga a onda incidente é um dielétrico transparente (identificado por meio 1); quanto ao outro meio (meio 2), tanto pode ser outro dielétrico transparente como um condutor. Aceitando que nenhum dos meios é magnético, a relação de dispersão[3] é, genericamente:


k2=ω2c2(εr+iσωε0) (4)


onde εr e σ são, respectivamente, a permitividade relativa e a condutividade do meio, uma e outra dependentes da frequência.

Os dielétricos são, em geral, isoladores (σ=0), o que conduz à identificação do seu índice de refração:


η=εr (5)


Esta identificação justifica-se porque, para dois dielétricos em presença, a equação (2) origina a lei de Snell (FIGURA 1):


η1senθi=η2senθt (6)


Para bons condutores (σ107Ω1m1) e para frequências óticas (νω2π1014s1) o termo σωε0104 na equação (4), pelo que pode ignorar-se a permitividade relativa, εr1. A onda transmitida é fortemente atenuada.

Neste artigo são deduzidas as relações entre as amplitudes dos campos e discutidas em detalhe as suas consequências para as duas naturezas limite do segundo meio. Estas relações são conhecidas por equações de Fresnel. Recorda-se que as ondas são transversais para meios lineares isotrópicos e que os campos elétrico, E, e magnético, H, satisfazem, genericamente, em cada meio, as seguintes equações:


kE=μ0ωH (7)


kH=ωε0(εr+iσωε0)E (8)


com ε0μ0c2=1 (c é a velocidade da luz no vazio).

Na superfície de separação, as relações de passagem, para além das equações (2), exigem a continuidade do campo magnético e da componente tangencial do campo elétrico, mas, como se verá, só há duas independentes.

Seja qual for o estado de polarização da onda incidente, é sempre possível considerar o seu campo elétrico como sobreposição de duas componentes, uma paralela ao plano de incidência e a outra perpendicular. Estes dois casos são tratados separadamente no que se segue.


Componentes paralelas.

A FIGURA 1 mostra as componentes paralelas do campo elétrico, também se identificando as componentes (perpendiculares) do campo magnético, dirigidas para cá (círculos negros), pelo que são nulas as suas componentes normais à superfície de separação (plano xz). Quanto à continuidade das componentes tangenciais do campo magnético, tem-se, pela equação (7):


k(i)(Ei+Er)=k(t)Et (9)


onde:


k(i)=ωcη1 (10)


é a grandeza do vetor de onda comum para as ondas incidente e refletida.


FIGURA 1. Componentes paralelas do campo elétrico.

A continuidade da componente tangencial do campo elétrico dá:


(EiEr)cosθi=Etcosθt (11)


É óbvio que as componentes normais do deslocamento elétrico, D, são nulas pelo que é nula a densidade superficial de carga livre.

a) Admitindo que o meio 2 é, também, um dielétrico, então:


k(t)=ωcη2 (12)


Assim, das equações (9) e (11) resultam as razões:


rErEi=η2cosθiη1cosθtη2cosθi+η1cosθt=sen(2θi)sen(2θt)sen(2θi)+sen(2θt)


tEtEi=senθicosθiη2cosθi+η1cosθt=2senθtcosθisen(2θi)+sen(2θt) (13)


Aqui, as últimas expressões obtiveram-se invocando a lei de Snell. Estes resultados são conhecidos por equações de Fresnel para as componentes paralelas.

Para incidência normal, tem-se simplesmente:


r=η2η1η2+η1t=2η1η2+η1 (14)


Observando a expressão de r na equação (13), conclui-se que esta razão se anula quando θi+θt=π2.

Tal ângulo de incidência é designado por ângulo de Brewster (1815), θB. Usando a lei de Snell, obtém-se:


tg(θB)=η2η1 (15)


Tem-se θB53° para a água e θB56° para o vidro.

A discussão seguinte distingue os casos η1<η2 e η1>η2.

  1. Para η1<η2, por exemplo, interface ar ou vazio (η=1) e água (η=43) ou vidro (η=32), a lei de Snell mostra que é sempre θt<θi pelo que as equações (13) são reais.
  2. Para η1>η2, por exemplo, trocando os meios anteriores, existe um ângulo (de incidência) limite, θL para o qual é θt=π2. Invocando a lei de Snell, tem-se sen(θL)=η2η1 (note-se: θL>θB).

i) Para θiθL as equações 13 aplicam-se tal como estão escritas, verificando-se que, no ângulo limite, é r=1 e t=η1η2.

ii) Para θ>θL a lei de Snell conduz a um ângulo θL complexo, o que apenas significa que não pode mais ser interpretado geometricamente, apenas havendo necessidade de interpretar os resultados já obtidos. Na verdade, convém lembrar que k(t)cosθtk(t)y sendo fácil obter esta grandeza através da lei de dispersão:


k(t)yk(t)cosθt=k(t)2(k(i)senθi)2=ωcη22(η1senθi)2=iωcη1(senθi)2(senθL)2


O sinal é escolhido de modo a garantir que a onda transmitida atenua dentro do meio 2 (onde é y &lt 0) como decorre da equação (1). Assim:


cosθt=iη1η2(senθi)2(senθL)2=i(senθisenθL)21 (16)


A atenuação da onda transmitida não se deve a qualquer processo dissipativo, como se mostrará a seguir. Usando o resultado anterior nas equações (13), conclui-se ser |r|=1.

As amplitudes relativas para as ondas refletida e transmitida estão representadas nas FIGURAS 4 e 6.

b) Considere-se agora o caso de o meio 2 ser um bom condutor onde incide luz visível de modo que σωε01. Nestas condições, a relação de dispersão para este meio fica:


k(t)2ω2c2(iσωε0)k(i)|k(t)|η1(σωε0)1 (17)


Da lei de Snell tira-se:


senθt=k(i)k(t)senθiθtk(i)k(t)senθi (18)


Deste modo, a componente:


[k(t)]y=k(t)cosθtk(t)=(1+i)ωcσ2ωε0 (19)


onde o sinal da parte imaginária é escolhido para caracterizar o amortecimento da onda transmitida no meio 2 (onde é y &lt 0, ver equação 1). Note-se que a amplitude da onda decresce exponencialmente, podendo considerar-se nula para uma distância δcω2ωε0σλ(i)2π2ωε0σλ(i)), independente do ângulo de incidência: δ é o comprimento de penetração. Este amortecimento é, evidentemente, devido a efeito Joule, sendo da nossa experiência comum sentir um metal quente quando exposto à luz solar. Se o meio 2 for uma fina lamina do condutor (espessura <δ), a lamina actua como um filtro redutor da luz incidente, um efeito utilizado nas viseiras de astronautas.

Das relações de Fresnel, obtém-se agora:


r1


t12k(i)k(t) (20)


A onda refletida transporta, praticamente, toda a energia da onda incidente, como a seguir se mostra.


Fluxos de energia.

O vetor de Poynting:


S=EH (21)


determina o fluxo de energia através de qualquer superfície. Interessa aqui considerar apenas o plano (y=0) que separa os dois meios em presença e onde são iguais as fases kxxωt para as três ondas. É habitual considerar a média no tempo (sobre um período de oscilação) do vetor de Poynting, de modo que o fluxo incidente, para qualquer dos meios, no plano, é:


I=S(ey)=Sy=12Re[EH]y para y=0 (22)


No meio 1, o campo é a sobreposição dos campos das ondas incidente e refletida. Contudo, é mostrado no Apêndice 1 que, naquele plano, o fluxo I é a soma algébrica dos fluxos incidente e refletido, i.e.,


I=IiIr (23)


com:


Ii=12Re[EiHi]y=12ωμ0[Ei(k(i)Ei)]y=k(i)2ωμ0|Ei|2cosθi (24)


Ir=12Re[ErHr]y=12ωμ0Re[Er(k(r)Er)]y=k(i)2ωμ0|Er|2cosθi (25)


onde se usou |k(i)|=|k(r)| θi=θr. Define-se o coeficiente de reflexão, ou refletância, por:


R=IrIi=|r|2 (26)


com r na equação (13), notando-se que este coeficiente se anula no ângulo de Brewster.

Analogamente, para o meio 2, tem-se:


It=12Re[EtHt]y=12ωμ0Re[Et(k(t)Et)]y=12ωμ0|Et|2Re[k(t)cosθt] (27)


Define-se o coeficiente de transmissão, ou transmitância, por:


T=ItIi=|t|2Re[k(t)cosθtk(i)cosθi] (28)


No Apêndice 2 é demonstrada a conservação genérica da energia na interface, i.e., a energia incidente reparte-se pelas ondas refletida e transmitida:


R+T=1 (29)


A) No caso de o segundo meio também ser um dielétrico com η2>η1, obtém-se:


T=|t|2Re[η2cosθtη1cosθi] (30)


Para η1>η2, esta expressão mantém-se válida até ao ângulo limite, onde se anula, permanecendo nula para maiores ângulos de incidência para os quais é cos θ imaginário puro.

Na FIGURA 5 estão representadas (a vermelho) a refletância e transmitância no caso da interface ar/vidro; na FIGURA 7, estas mesmas grandezas são representadas para a interface vidro/ar.

B) No caso de o segundo meio ser um bom condutor, usando as equações (27) e (19), tem-se:


T4η1cosθi2ωε0σ1 (31)


Para a prata (σ=6,2×107Ω1m1) obtém-se R 95% para luz visível. A FIGURA 2 mostra a refletância de alguns metais (meio 1 é vazio ou ar) em função do comprimento de onda, para incidência normal. O súbito decréscimo da refletância na prata para λ 300nm deve-se à existência de um gap no espectro eletrónico.


FIGURA 2. Refletância de alguns metais vs comprimento de onda, incidência normal.


Componentes perpendiculares.

A FIGURA 3 representa o plano de incidência, indicando-se, para as três ondas, as componentes perpendiculares do campo elétrico (pequenos círculos negros) e os respectivos campos magnéticos. Da continuidade das componentes tangenciais do campo elétrico, tira-se:


Ei+Er=Et (32)


Quanto ao campo magnético, a continuidade das suas componentes tangenciais e a equação (7) dão:


k(i)(EiEr)cosθi=k(t)Etcosθt (33)


A continuidade das componentes normais do campo magnético dá uma identidade quando se usa a lei de Snell.

Das duas equações acima, resulta:


rErEi=k(i)cosθik(t)cosθtk(i)cosθi+k(t)cosθt


tErEi=2k(i)cosθik(i)cosθi+k(t)cosθt (34)


A partir daqui a discussão segue o que se fez para as componentes paralelas, prescindindo-se, assim, de repetições ou pormenores irrelevantes.


FIGURA 3. Componentes perpendiculares do campo elétrico.

A) Se o meio 2 é, também, um dielétrico, as equações (34) reescrevem-se:


r=η1cosθiη2cosθtη1cosθi+η2cosθt=tgθttgθitgθt+tgθi


t=2η1cosθiη1cosθi+η2cosθt=2tgθttgθt+tgθi (35)


tendo-se usado a lei de Snell para obter as últimas expressões. Para incidência normal, tem-se:


r=η1η2η1+η2


t=2η1η1+η2 (36)


Comparando com a equação (14), a diferença de sinal nas expressões de r deve-se unicamente às convenções usadas nas FIGURAS 1 e 3 para medir positivamente os campos elétricos.

De notar que r nunca se anula. Assim, se a radiação incidente tiver, por exemplo, polarização elíptica, a radiação refletida sairá polarizada rectilineamente (perpendicular ao plano de incidência) para um ângulo de incidência igual ao ângulo de Brewster.

  1. Se η2>η1, é sempre θt<θi, pelo que 1<r<0).
  2. Seη1>η2, existe o ângulo limite para o qual é r=1. Acima deste ângulo, r e t são complexos, com |r|=1.

A refletância:


R=|r|2=|tgθttgθitgθt+tgθi|2 (37)


cresce com o ângulo de incidência para os dois casos anteriores, atingindo o valor cos2(2θB) no ângulo de Brewster e o valor unitário acima do ângulo limite no caso η1>η2.

A transmitância:


T=|t|2Re[k(t)cosθtk(i)cosθi] (38)


obedece, também, à equação (29), anulando-se a partir do ângulo limite no caso η1>η2.


FIGURA 4. Amplitudes de reflexão e transmissão na interface ar/vidro.

A FIGURA 4 representa as amplitudes relativas para a interface ar/vidro: reflexão (tracejado) e transmissão (cheio), vermelho para as componentes paralelas (p) e azul para as componentes perpendiculares (s).

Na FIGURA 5 são representadas a refletância e transmitância para a mesma interface, com a mesma identificação das curvas.


FIGURA 5. Refletâncias e transmitâncias para interface ar/vidro.

A FIGURA 6 exibe as amplitudes para a interface vidro/ar, com a mesma convenção interpretativa.


FIGURA 6. Amplitudes para reflexão e transmissão na interface vidro/ar.

Na FIGURA 7 representam-se as refletância e transmitância para a mesma interface.

B) No caso do meio 2 ser um bom condutor, θt obtém-se da equação (18), sendo |θt|1, pelo que as equações (34) ficam:


r=η1cosθi(1+i)σ2ωε0η1cosθi(1i)σ2ωε01t=2η1cosθiη1cosθi+(1+i)σ2ωε00 (39)



FIGURA 7. Refletâncias e transmitâncias para a interface vidro/ar.

Observe-se que, neste caso, o campo elétrico tem praticamente um nodo na interface com o condutor. A pequena transmitância é da mesma ordem da que se encontrou para a componente paralela, equação (31) e é nula para o perfeito condutor (σ=). A FIGURA 8 exibe a refletância para algumas coberturas metálicas em espelhos.


FIGURA 8. Refletâncias de coberturas metálicas.

Tem interesse calcular o momento do campo transferido para o plano separador. Considere- se o meio 1 como ar ou vazio, para simplificar, e o meio 2 condutor. Para incidência normal, o momento transferido em cada segundo, i.e., a pressão exercida é a componente τ22 do tensor de Maxwell, obtendo-se:


τ22=u=14ε0E2+14μ0H2=14ε0E2i|1+r|2+14ε0E2i|1r|2=12ε0E2i(1+|r|2)


Para bons condutores, tem-se, numa excelente aproximação:


τ22ε0E2i (40)


Este valor é o dobro da pressão para a onda incidente– a pressão é exercida quer por esta onda que atinge a superfície quer pela onda refletida que empurra a superfície.

Para um ângulo de incidência, θi, genérico a pressão exercida obtém-se da equação (40) multiplicada por cos2θi.

A refletância da água, na sua fase sólida, é de enorme importância em Geofísica e para o aquecimento global (FIGURA 8).

Designa-se por albedo a percentagem de radiação que uma superfície ou um planeta reflete para o espaço. A figura mostra claramente a diminuição de albedo da Terra com o progressivo desaparecimento de glaciares e gelos polares, um fenómeno que se reforça a si próprio pois quanto menos radiação é refletida tanto mais é retida, originando aumento da temperatura média do planeta.


FIGURA 9. Refletâncias da neve e gelo.

Apêndice 1.

O fluxo de energia como soma de fluxos na interface.

No meio 1, o campo é a sobreposição dos campos das ondas incidente e refletida, de modo que o vetor de Poynting fica:


S=12Re[EH]=12Re[(Ei+Er)(Hi+Hr)]=Si+Sr+12Re[ErHi+EiHr]


Os dois últimos termos representam a interferência das duas ondas. Considerando apenas estes termos e para as componentes paralelas, eliminem-se os campos elétricos usando a equação 8, com σ=0, para cada onda. Obtém-se:


Re[ErHi+EiHr]=1ωεoη21Re[(krHr)Hi+(kiHi)Hr]=1ωε0η21Re[HrHi](kr+ki)


onde se usou o facto de os campos magnéticos serem perpendiculares ao plano de incidência. Ora, pretende-se o fluxo de energia no plano de separação, i.e., Sy. A expressão anterior vai contribuir com um termo proporcional a (kr+ki)y=0 porque estes vetores de onda têm componentes de sinais opostos em relação à normal ao plano de separação. Deste modo, o fluxo de energia neste plano reduz-se à soma algébrica dos fluxos das ondas incidente e refletida. Para as componentes perpendiculares, eliminam-se os campos magnéticos no termo de interferência, obtendo-se o mesmo resultado.


Apêndice 2.

Conservação de energia na interface.

A) Para as componentes paralelas, reescreva-se a equação (22) para cada uma das ondas, soba forma:


Ii=12Re[EiHiey]=12Re[HieyEi]


Ir=12Re[ErHrey]=12Re[HreyEr]


It=12Re[EtHtey]=12Re[HteyEt]


onde ey é o versor da normal ao plano de separação. A continuidade do campo magnético, Hi+Hr=Ht permite eliminar o campo Ht para se obter:


IiIrIt=12Re[Hiey(EiErEt)]


Ora, o campo magnético é, para estas componentes, perpendicular ao plano de incidência (i.e., alinha segundo z), pelo que Hey=Hex para cada uma das ondas acima. Assim:


IiIrIt=12Re[Hi(EiEt)x+Hr(ErEt)x]


Ora as componentes tangenciais (i.e., segundo x) do campo elétrico são contínuas, pelo que (FIGURA 1):


IiIrIt=12Re[Hi(Er)x+Hr(Ei)x]=12Re[HiErHrEr]cosθi


Mas para a onda incidente tem-se Hi=k(i)Eiωμ0 e, do mesmo modo, para a onda refletida.

Assim:


IiIrIt=k(i)2ωμ0Re[EiErErEi]cosθi=0


B) Para as componentes perpendiculares, o raciocínio é semelhante ao anterior. Tem-se:


IiIrIt=12Re[EiHi+ErHrEtHt]ey


O campo magnético, contínuo através do plano de separação, permite escrever:


IiIrIt=12Re[(EiEt)Hiey+(ErEt)Hrey]=12Re[ey(EiEt)Hi+ey(ErEt)Hr]


Para estas componentes, os campos elétricos têm a direcção z, de modo que:


IiIrIt=12Re[(EiEt)(Hi)x+(ErEt)(Hr)x]=12Re[ErHiEiHr]cosθi


O penúltimo termo resulta da continuidade das componentes tangenciais do campo elétrico; para o último termo, ver FIGURA 3. Ora, para as ondas incidente e refletida, é H=k(i)ωμ0E, obtendo-se, finalmente:


IiIrIt=k(i)2ωμ0Re[ErEiErEi]cosθi=0

[editar] Referências

  1. AGE, E., Ondas eletromagnéticas, Rev. Ciência Elem., V11(2):027. (2023). DOI: 10.24927/rce2023.027.
  2. AGE, E., Ondas, Rev. Ciência Elem., V8(1):016. (2020). DOI: 10.24927/rce2020.016.
  3. LAGE, E., Ondas eletromagnéticas, Rev. Ciência Elem., V11(2):027. (2023). DOI: 10.24927/rce2023.027.


Criada em 26 de Abril de 2022
Revista em 14 de Junho de 2022
Aceite pelo editor em 13 de Outubro de 2023