Alga

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Referência : Munzi, S., Gouveia, C., (2018) Perguntem aos líquenes, Rev. Ciência Elem., V6(1):008
Autoras: Silvana Munzi e Catarina Gouveia
Editor: Rubim Almeida da Silva
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2018.008]
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As algas são um grupo de organismos com capacidade fotossintética, ou seja utilizam a luz solar e o dióxido de carbono para produzir açúcares e oxigénio. As suas células, ao contrário das plantas, em vez de se especializarem na formação de um tecido, apresentam-se como uma série de peças idênticas, portanto não possuem hastes, folhas ou raízes. As “algas” procarióticas são conhecidas como as algas verde-azuis ou cianobactérias, e se distinguem das outras pela peculiaridade de sua estrutura celular e um núcleo sem membrana nuclear. As algas eucarióticas podem ser unicelulares ou multicelulares. As algas unicelulares podem viver tanto em ambientes aquáticos como terrestres, desde que haja humidade e sol para o seu crescimento. As algas mais conhecidas são as multicelulares que vivem em ambientes aquáticos e que se ligam a um substrato com órgãos de adesão (que não são raízes). A classificação das algas é um topico ainda muito discutido entre os especialistas e existem varios sistemas de classificação. De forma muito simple, podemos dividir as algas com base no conteúdo de pigmentos e os ciclos reprodutivos:


Chlorophyta ou algas verdes, como Ulva lactuca, habitam as águas baixas e ricas em nutrientes, podendo ser encontradas em meios aquáticos de água doce e salgada. A cor verde brilhante deve-se à presença de pigmentos fotossintéticos como clorofila do tipo a e b.


Rhodophyta ou algas vermelhas, como Pterocladia capillacea, são presumivelmente as mais antigas. Elas têm uma pigmentação vermelha devida à presença de ficobiloproteínas, e estão presentes em todos os ambientes de água salgada, embora preferem águas mais quentes.


Phaeophyta ou algas castanhas, como Fucus vesiculosus, têm uma coloração predominantemente escura com clorofilas do tipo a e c. Preferem ambientes de água salgada como os mares temperados e frios. Constituem grandes pastagens submarinas e resistem à emersão. São utilizadas na alimentação humana e na produção de suplementos alimentares como iodo, ou na produção de adubo.


Contudo, a classificação das algas mudou substancialmente desde 1960 e continua a mudar á medida que avanços tecnologicos permitem observar novas características. A pesquisa morfológica inicial utilizando microscópios eletrônicos demonstrou diferenças nas características, como o aparato flagelar, o processo de divisão celular e a estrutura e função dos organelos, que foram importantes na classificação de algas. Mais tarde, semelhanças e diferenças entre grupos de algas, fungos e protozoários levaram os cientistas a propor grandes mudanças taxonômicas. Hoje, os estudos moleculares poem novamente em discussão uma grande parte da organização dos grupos de algas.


A maior parte das algas vive independentemente, mas também fazem associações simbióticas com vários organismos, como por exemplo fungos, formando os líquenes, ou com corais, anémonas ou alforrecas. As algas têm um papel importante na ecologia aquatica pois constituem o fitoplancton, a base de muitas cadeias alimentares.

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Recursos relacionados disponíveis na Casa das Ciências:

  1. Clorófitas;
  2. Clorófitas.




Criada em 11 de Janeiro de 2018
Revista em 26 de Janeiro de 2018
Aceite pelo editor em 14 de Março de 2018