Átomo

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Referência : Pinto, J.R., (2014) Átomo, Rev. Ciência Elem., V2(2):047
Autor: José Ricardo Pinto
Editor: Jorge Gonçalves
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2014.047]
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O átomo é a partícula mais pequena que caracteriza um elemento químico. É constituído por um núcleo central extremamente denso, positivamente carregado, constituído por protões e neutrões (o núcleo de hidrogénio é constituído somente por um protão). O núcleo atómico constitui mais de 99,9% da massa do átomo enquanto os electrões, que rodeiam o núcleo, determinam o tamanho do átomo.


Os electrões são atraídos pelo núcleo através de forças electrostáticas que impedem a sua separação do núcleo. O átomo pode dar origem a um ião, positivo (se forem retirados electrões) ou negativo (se forem introduzidos electrões). O número de protões (Z) determina a natureza do elemento químico (e.g. Z=1 - Hidrogénio; Z=2 - Hélio; Z=8 - Oxigénio; Z=17 - Cloro; Z=92 - Urânio), incluindo as características das suas ligações a outros átomos, que determinam as propriedades químicas.


O número de massa (A) de um elemento químico corresponde à soma do número de neutrões e do número de protões e corresponde, aproximadamente, à massa nuclear, dado que as massas do neutrão e do protão são próximas da unidade de massa atómica e bastante superiores à massa do electrão. Desta forma, o número de neutrões (A-Z) caracteriza o isótopo de um elemento químico (e.g. [Z=1, A=1] - Hidrogénio; [Z=1, A=2] - Deutério, [Z=1, A=3] - Trítio). Dois isótopos do mesmo elemento têm propriedades químicas semelhantes mas a diferença de massa pode afectar algumas propriedades relacionadas directamente com a massa, como a velocidade de cisão das ligações e frequência das vibrações.


O termo «átomo» vem do Grego e significa indivisível, visto que foi considerado até ao fim do século XIX como a menor porção em que se podia dividir a matéria. O modelo atómico, tal como é conhecido hoje, teve uma longa evolução histórica, com contribuições de vários cientistas.


Em 1808, John Dalton propôs a sua teoria do modelo atómico, no qual o átomo é uma pequena esfera impenetrável, indestrutível, indivisível e sem carga eléctrica. Mais tarde, Joseph John Thomson, com a descoberta do electrão, propôs que o átomo não era maciço (como tinha afirmado Dalton), mas sim um fluido com carga positiva, onde estavam dispersos os electrões (com carga negativa). Em 1911, Ernest Rutherford propôs um modelo do átomo análogo ao do movimento dos planetas em torno do sol sob a acção das forças gravíticas, mas este modelo não é compatível com o electromagnetismo tal como fora já bem estabelecido por James Maxwell em meados do século XIX. Niels Bohr reformulou em 1913 o modelo de Rutherford, introduzindo um conjunto de postulados em que baseou o seu modelo.Com a introdução da Mecânica Quântica, em 1925, por Erwin Schrödinger e Werner Heisenberg, surgiu o actual modelo do átomo entendido como um núcleo de carga positiva rodeado por uma nuvem electrónica. Nesta nova linguagem é abandonada a noção clássica de órbita dos electrões, sendo estes descritos por uma função probabilística.




Criada em 16 de Outubro de 2009
Revista em 21 de Fevereiro de 2011
Aceite pelo editor em 25 de Fevereiro de 2011