Mostrar código-fonte de Como tratar a obesidade associada à diabetes tipo 2

<span style="font-size:8pt"><b>Referência : </b> Proença, C., Rufino, A. T., Freitas, M., Fernandes, E., (2024) ''Como tratar a obesidade associada à diabetes tipo 2?'', [https://rce.casadasciencias.org Rev. Ciência Elem.], V12(1):006
<br>
<span style="font-size:8pt"><b>Autoras</b>: <i>Carina Proença,  Ana T. Rufino, Marisa Freitas e Eduarda Fernandes</i></span><br>
<span style="font-size:8pt"><span style="font-size:8pt"><b>Editor</b>: <i>[[Usu&aacute;rio:Jntavar|João Nuno Tavares]]</i></span><br>
<span style="font-size:8pt"><b>DOI</b>: <i>[[https://doi.org/10.24927/rce2024.006 https://doi.org/10.24927/rce2024.006]]</i></span><br>
<html><a href="https://rce.casadasciencias.org/rceapp/static/docs/artigos/2024-001.pdf" target="_blank">
                <img src="https://rce.casadasciencias.org/static/images/layout/pdf.png" alt="PDF Download"></a></html>
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== Resumo ==

A obesidade é considerada um dos principais fatores de risco para a diabetes mellitus tipo 2. O tratamento simultâneo destas doenças tem sido um desafio, uma vez que vários agentes anti-diabéticos induzem o aumento de peso e as opções farmacológicas para o tratamento da obesidade são escassas. Neste artigo, são apresentados os fármacos disponíveis na terapia da obesidade e diabetes tipo 2, sendo que os agonistas do recetor do peptídeo semelhante à glicagina-1 (GLP1Ras) parecem ser os únicos agentes com efeito simultâneo no controlo de ambas as doenças. Um tratamento personalizado com agentes eficazes e seguros é crucial para o tratamento destas doenças e assim restituir qualidade de vida aos pacientes.



<html>
<p class='mainText'><strong>Diabetes e obesidade.</strong></p>

  <p class='mainText'>A diabetes mellitus caracteriza-se pela presença de elevados níveis de glicose plasmática,
designada por hiperglicemia, como resultado de deficiências na secreção de insulina e/ou
resistência à insulina. Esta doença pode ser classificada em diabetes tipo 1, diabetes tipo 2,
diabetes gestacional e outros tipos específicos de diabetes</html><ref><html>AMERICAN DIABETES ASSOCIATION,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://diabetesjournals.org/clinical/article/40/1/10/139035/Standards-of-Medical-Care-in-Diabetes-2022">Standards of medical care in diabetes—2022 abridged for primary care providers</a></em>, <em>Clin. Diabetes</em>,
40, 10-38. 2022.</html></ref><html>. De acordo com a <em>International
Diabetes Federation</em>, cerca de 537 milhões de pessoas vivem atualmente com diabetes,
podendo atingir 783 milhões em 2045</html><ref><html><em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://diabetesatlas.org/atlas/tenth-edition/">International Diabetes Federation</a></em>, <em>IDF Diabetes Atlas</em>. 2021.</html></ref><html>. Em Portugal, segundo o último relatório divulgado
pelo Observatório Nacional da Diabetes, estima-se que a prevalência da diabetes entre
adultos com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos corresponde a 1 milhão de
pessoas, representando cerca de 13,6% da população</html><ref><html>OBSERVATÓRIO NACIONAL DA DIABETES,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://apdp.pt/publicacoes/relatorio-anual-do-observatorio-nacional-da-diabetes-2019/">Diabetes - factos e números</a></em>. 2019.</html></ref><html>. Este artigo surge na sequência da
celebração do centésimo aniversário da primeira injeção bem sucedida de insulina num
doente (Leonard Thompson). Este foi um marco na importante luta contra uma doença que
antes era associada a uma mortalidade elevada e precoce</html><ref><html>VECCHIO, I. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30405529/">The discovery of insulin: an important milestone in the history of medicine</a></em>, <em>Front. Endocrinol. (Lausanne)</em>, 9. 2018.</html></ref><html>. Desde então, diversas classes
de fármacos foram desenvolvidos para controlar a doença e permitir uma melhoria na qualidade
de vida de pessoas com diabetes, sendo que nos últimos 10 anos as opções terapêuticas
aumentaram consideravelmente</html><ref><html>WILLIAMS, D. M. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35153495/">Personalized type 2 diabetes management: an update on recent advances and recommendations</a></em>, <em>Diabetes
Metab. Syndr. Obes.</em>, 15, 281-295. 2022.</html></ref><html>. Contudo, e apesar desse avanço, esta doença
permanece sem cura, passando a constituir uma doença crónica, com elevado impacto a
nível social e económico.</p>

  <p class='mainText'>Como resultado da evolução dos tempos e da transição nutricional associada ao aumento
global da população, alterações na produção, distribuição e consumo de alimentos expõem a
população humana a múltiplos fatores com impacto no metabolismo e na fisiologia cardiometabólica</html><ref><html>NG, A. C. T. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33188304/">Diabesity: the combined burden of obesity and diabetes on heart disease and the role of imaging</a></em>, <em>Nat. Rev. Cardiol.</em>, 18,
291-304. 2021.</html></ref><html>,</sup>
</html><ref><html> WELLS, J. C. K.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6731192/">The diabesity epidemic in the light of evolution: insights from the capacity–load model</a></em>, <em>Diabetologia</em>, 62, 1740-1750. 2019.</html></ref><html>. Decorrente destes fatores, a obesidade ou excesso de peso tem atingido proporções
epidémicas, estando associada à morte de pelo menos 4 milhões pessoas a cada ano. O
índice de massa corporal (IMC) é frequentemente utilizado na classificação da obesidade em
adultos, sendo este igual ou superior a 30 kg/m<sup>2</sup> em indivíduos obesos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2016, mais de 1,9 mil milhões de adultos apresentavam excesso
de peso, sendo que destes, 650 milhões eram obesos. Este número tenderá a crescer, uma
vez que em 2020, 39 milhões de crianças com idade inferior a 5 anos sofriam excesso de peso
ou obesidade</html><ref><html>WORLD HEALTH ORGANIZATION,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight">Obesity and overweight</a></em>.</html></ref><html>. A obesidade encontra-se envolvida não apenas na etiologia da diabetes tipo
2 (FIGURA 1) mas também possui um papel importante no desenvolvimento das suas complicações
micro- (retinopatia, nefropatia e neuropatia) e macrovasculares (doença coronária,
doença cerebral e hipertensão arterial)</html><ref><html>NG, A. C. T. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33188304/">Diabesity: the combined burden of obesity and diabetes on heart disease and the role of imaging</a></em>, <em>Nat. Rev. Cardiol.</em>, 18,
291-304. 2021.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>CHOBOT, A. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6220876/">Obesity and diabetes—Not only a simple link between two epidemics</a></em>, <em>Diabetes Metab. Res. Rev.</em>, 34, 1-9. 2018.</html></ref><html>.</p>

<br>
<figure class="image-big">
    <img src="https://rce.casadasciencias.org/static/images/articles/2024-006-01.jpg">
</figure><center>
<figcaption>FIGURA 1. Patofisiologia da obesidade associada ao desenvolvimento da diabetes tipo 2.
</figcaption></center>
<br>

  <p class='mainText'>A gestão farmacológica da obesidade envolve um longo período de história povoada por múltiplas
e proeminentes desilusões. A base do fracasso tem sido multifactorial e deve-se essencialmente
às limitações na utilização de modelos animais para prever a segurança cardiovascular,
juntamente com considerável heterogeneidade dos indivíduos obesos. Doentes com
obesidade, estão frequentemente associados a comorbilidades como a diabetes tipo 2, com
alto risco de doenças vasculares, o que torna mais complexa a avaliação da farmacoterapia
e da segurança na utilização da mesma. Ensaios clínicos a longo prazo, em larga escala, em
coortes heterogéneas de obesos são onerosos e difíceis de justificar quando o sucesso tem
sido vago e os fracassos proeminentes</html><ref><html>MÜLLER, T. D. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34815532/">Anti-obesity drug discovery: advances and challenges</a></em>, <em>Nat. Rev. Drug Discov.</em>, 21, 201-223. 2022.</html></ref><html>. No entanto, o recente tratamento com fármacos que
têm como mecanismo de ação a ligação ao recetor peptídeo semelhante à glicagina-1 (GLP1R),
têm trazido uma nova esperança no futuro no que diz respeito ao tratamento da obesidade
assim como da diabetes tipo 2</html><ref><html>MÜLLER, T. D. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34815532/">Anti-obesity drug discovery: advances and challenges</a></em>, <em>Nat. Rev. Drug Discov.</em>, 21, 201-223. 2022.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>LINGVAY, I. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34600604/">Obesity management as a primary treatment goal for type 2 diabetes: time to reframe the conversation</a></em>, <em>Lancet</em>,
399, 394-405. 2022.</html></ref><html>.</p>

<br>

  <p class='mainText'><strong>Fármacos disponíveis na Europa para o tratamento da diabetes tipo 2 e obesidade.</strong></p>

  <p class='mainText'>A obesidade tem ocupado uma posição de destaque como fator de risco em doenças não
transmissíveis, onde se inclui a diabetes. De facto, a diabetes e a obesidade frequentemente
coexistem, aumentando a dificuldade em encontrar o tratamento mais eficaz. Estudos demonstraram
que a taxa de descontinuação de fármacos para o tratamento da diabetes tipo 2
é maior em doentes que aumentam de peso comparativamente com a sua redução</html><ref><html>WILLIAMS, D. M. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35153495/">Personalized type 2 diabetes management: an update on recent advances and recommendations</a></em>, <em>Diabetes
Metab. Syndr. Obes.</em>, 15, 281-295. 2022.</html></ref><html>. Várias
classes de agentes anti-diabéticos podem causar aumento de peso, como por exemplo os
análogos da insulina, as tiazolidinedionas e as meglitinidas. Por outro lado, apenas três fármacos
são aprovados atualmente na Europa para a diminuição do peso a longo prazo. Destes,
apenas o liraglutido e mais recentemente o semaglutido, agonistas do GLP1R (GLP1RAs),
são aceites para o tratamento simultâneo da obesidade e da diabetes tipo 2</html><ref><html>ARD, J. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33977495/">Weight loss and maintenance related to the mechanism of action of glucagon-like peptide 1 receptor agonists</a></em>, <em>Adv. Ther.</em>,
38, 2821-2839. 2021.</html></ref><html> (TABELAS 1 e 2).
No entanto, o tratamento com estes agentes é limitado pelo seu modo de administração parenteral
(subcutâneo)</html><ref><html>BRUNTON, A. & WYSHAM, C. H.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32815454/">GLP-1 receptor agonists in the treatment of type 2 diabetes: role and clinical experience to date</a></em>, <em>Postgrad.
Med.</em>, 132, 3-14. 2020.</html></ref><html>.</p>

  <p class='mainText'>Na TABELA 1 estão apresentados os diversos agentes anti-diabéticos aprovados pela Agência
Europeia do Medicamento (EMA), assim como o seu efeito no peso do doente e potenciais
efeitos adversos.</p>

  <p class='mainText'>Como é possível verificar através da análise da TABELA 1, os fármacos utilizados para o tratamento
da diabetes tipo 2 aprovados na Europa, com efeitos na redução de peso, são os inibidores
da α-glicosidase, os GLP1RAs, assim como os inibidores do SGLT2. Na TABELA 2 são
apresentados os fármacos aprovados pela EMA para o tratamento da obesidade.</p>

  <p class='mainText'>Pela análise das TABELAS 1 e 2 é possível observar que os fármacos de eleição para
doentes com obesidade associada à resistência à insulina e diabetes tipo 2 seriam os
GLP1RAs (liraglitudo e semaglutido)</html><ref><html>APOVIAN, C. M. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://academic.oup.com/jcem/article/100/2/342/2813109">Pharmacological Management of Obesity: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline</a></em>, <em>The Journal of Clinical
Endocrinology & Metabolism</em>, 100, 342-362. 2015.</html></ref><html>. O mesmo se pode verificar através da abordagem
terapêutica eleita e aplicada na clínica no que respeita à obesidade e suas comorbilidades
(FIGURA 2).</p>

<br>
<figcaption>TABELA 1. Fármacos disponíveis na Europa para o tratamento da diabetes tipo 2 e respetivos mecanismo de ação,
efeito no peso corporal e efeitos adversos.
</figcaption>
<figure class="image-big">
    <img src="https://rce.casadasciencias.org/static/images/articles/2024-006-t1.jpg">
</figure><center>
<figcaption>ATP — adenosina trifosfato; cAMP — monofosfato cíclico de adenosina; GLP1 — peptídeo semelhante à glicagina 1; GLP1R — recetor do peptídeo
semelhante à insulina; GLP1RAs — agonistas do recetor do peptídeo semelhante à glicagina 1; PPARγ — recetor ativado por proliferadores
do peroxissoma γ; SGLT2 — transportador de sódio-glicose 2; SNC — sistema nervoso central.
</figcaption></center>
<br>

<br>
<figcaption>TABELA 2. Fármacos disponíveis na Europa para o tratamento da obesidade e respetivos mecanismo de ação,
a possibilidade para o tratamento da diabetes tipo 2 e efeitos adversos.
</figcaption>
<figure class="image-medium">
    <img src="https://rce.casadasciencias.org/static/images/articles/2024-006-t2.jpg">
</figure><center>
<figcaption>AgRP — peptídeo relacionado ao gene agouti; CART — transcrição regulada por anfetaminas e cocaína; NYP — neuropeptídeo Y; POMC —
pró-opiomelanocortina.
</figcaption></center>
<br>

  <p class='mainText'>Para além da componente genética, a obesidade e diabetes tipo 2 envolvem também fatores
de risco ambientais, nomeadamente sedentarismo, consumo de álcool e tabaco e
dieta rica em açúcar, gorduras e carnes vermelhas</html><ref><html>DEFRONZO, R. A. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27189025/">Type 2 diabetes mellitus</a></em>, <em>Nat. Rev. Dis. Primers</em>, 1, 1-22. 2015.</html></ref><html>. Desta forma, este tratamento deve
ser acompanhado com intervenções que visem alterações no estilo de vida e de comportamento
dos doentes</html><ref><html>ARENA, R. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28443607/">Novel approaches for the promotion of physical activity and exercise for prevention and management of type 2 diabetes</a></em>, <em>Eur. J. Clin. Nutr.</em>, 71, 858-864. 2017.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>WILSON, K.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32383844/">Obesity: lifestyle modification and behavior interventions</a></em>, <em>FP Essent.</em>, 492, 19-24. 2020.</html></ref><html>.</p>

  <p class='mainText'>De acordo com os dados e os números apresentados neste artigo, há necessidade de aumentar
a sensibilização para a obesidade e a diabetes como uma questão de saúde global e de
se abordar a prevenção e o tratamento como parte dos cuidados de saúde primários e da cobertura
sanitária universal</html><ref><html>WORLD HEALTH ORGANIZATION,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight">Obesity and overweight</a></em>.</html></ref><html>. Torna-se imperativo reduzir o risco de desenvolvimento de ambas
as doenças e assegurar que todas as pessoas diagnosticadas tenham acesso a um tratamento
equitativo, abrangente, acessível e de qualidade.</p>

  <p class='mainText'>Adicionalmente, devido à complexidade e heterogeneidade das doenças aqui mencionadas,
assim como o aparecimento de complicações associadas, deve ser adotada uma terapia individualizada,
tendo por base as características e índices metabólicos de cada doente</html><ref><html>PEARSON, E. R.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4879510/">Personalized medicine in diabetes: the role of ‘omics’ and biomarkers</a></em>, <em>Diabet. Med.</em>, 33, 712-717. 2016.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>ESTAMPADOR, A. C. & FRANKS, P. W.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29097511/">Precision medicine in obesity and type 2 diabetes: the relevance of early-life exposures</a></em>, <em>Clin.
Chem.</em>, 64, 130-141. 2018.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>MERINO, J. & FLOREZ, J. C.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29377200/">Precision medicine in diabetes: an opportunity for clinical translation</a></em>, <em>Ann. N. Y. Acad. Sci.</em>, 1411, 140-152. 2018.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>FRÜHBECK, G. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28919063/">Precision medicine: diagnosis and management of obesity</a></em>, <em>The Lancet Diabetes & Endocrinology</em>, 6, 164-166.
2018.</html></ref><html>.
Atualmente, o tratamento da diabetes tipo 2 e da obesidade é realizado através da adoção de
diretrizes internacionais estabelecidas pela Associação Americana de Diabetes (AAD) e Associação
Americana dos Endocrinologistas Clínicos</html><ref><html>GARVEY, W. T. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27219496/">American Association of Clinical Endocrinologists and American College of Endocrinology comprehensive clinical practice guidelines for medical care of patients with obesity</a></em>, <em>Endocr. Pract.</em>, 22, 1-203. 2016.</html></ref><html><sup>,</sup> </html><ref><html>AMERICAN DIABETES ASSOCIATION,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://diabetesjournals.org/care/article/44/Supplement_1/S4/30968/Summary-of-Revisions-Standards-of-Medical-Care-in">Summary of revisions: standards of medical care in diabetes—2021</a></em>, <em>Diabetes Care</em>, 44, S4-S6.
2020.</html></ref><html>. Várias das opções de tratamento são baseadas
nas evidências acumuladas na fase 3 de ensaios clínicos e estudos populacionais.</p>

<br>
<figure class="image-big">
    <img src="https://rce.casadasciencias.org/static/images/articles/2024-006-02.jpg">
</figure><center>
<figcaption>FIGURA 2. Escolha da intervenção terapêutica na obesidade e suas comorbilidades (adaptado de Son e Kim)</html><ref><html>SON, J. W. & KIM, S.,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33389955/">Comprehensive review of current and upcoming anti-obesity drugs</a></em>, <em>Diabetes Metab. J.</em>, 44, 802-818. 2020.</html></ref><html>.
IMC — índice de massa corporal; NASH — esteato-hepatite não alcoólica; SOPC — síndrome do ovário policístico.
</figcaption></center>
<br>

  <p class='mainText'>Em particular, a AAD recomendou recentemente uma terapia mais específica e direcionada
para o paciente, tendo em conta vários aspetos como o comportamento e disponibilidade do
paciente, risco hipoglicémico, duração da doença, esperança de vida, existência de complicações
micro ou macrovasculares, fatores genéticos e recursos aos cuidados de saúde</html><ref><html>WILLIAMS, D. M. <em>et al.</em>,
<em><a class="a-link" target="_blank"
                href="https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35153495/">Personalized type 2 diabetes management: an update on recent advances and recommendations</a></em>, <em>Diabetes
Metab. Syndr. Obes.</em>, 15, 281-295. 2022.</html></ref><html>.</p>

<br>

  <p class='mainText'><strong>Conclusão.</strong></p>

  <p class='mainText'>A descoberta e administração de insulina é indubitavelmente uma esperança de vida para um elevado
número de diabéticos. No entanto novas questões se levantam, em consequência da obesidade
ser atualmente o maior fator de risco para o desenvolvimento da diabetes. Estes dados refletem a
necessidade de pesquisa e desenvolvimento de novas opções farmacológicas eficazes no tratamento
da diabetes, com efeitos na redução de peso a longo prazo. A recente utilização do liraglutido e semaglutido resulta numa perda de peso superior a 10%, tendo em conta o seu mecanismo de ação,
o que provou ter um impacto benéfico a nível cardiovascular em doentes com diabetes tipo 2, inspirando
confiança no futuro. O tratamento da obesidade e diabetes deve ser personalizado e associado
a mudanças comportamentais e do estilo de vida, tais como a prática de exercício físico, cessação
tabágica, redução na ingestão de bebidas alcoólicas e hábitos alimentares mais saudáveis.</p>

<br>

  <p class='mainText'><strong>Agradecimentos.</strong></p>

  <p class='mainText'>Os autores agradecem o apoio financeiro de fundos nacionais (FCT/MCTES, Fundação para a
Ciência e Tecnologia e Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) através do projecto
UIDB/50006/2020. Os autores também agradecem o financiamento através de fundos da
União Europeia (FEDER) e nacionais (FCT) através do projeto EXPL/MED-QUI/0815/2021.
CP e ATR agradecem a FCT o seu financiamento através do projecto PDTC/MED-
-QUI/29241/2017. MF agradece o seu contrato ao abrigo do CEEC Individual (2020.04126.
CEECIND/CP1596/CT0006).</p>
</html>

=Referências=
<references/>
---- <br>Criada em 23 de Maio de 2023<br> Revista em 13 de Junho de 2023<br>Aceite pelo editor em 15 de Abril de 2024<br>
[[Category:Biologia]]