Líquen

Da WikiCiências
Share/Save/Bookmark
Revisão das 12h21min de 20 de outubro de 2020 por Admin (discussão | contribs)

(dif) ← Revisão anterior | Revisão actual (dif) | Revisão seguinte → (dif)
Ir para: navegação, pesquisa

Referência : Munzi, S., Gouveia, C., (2018) Perguntem aos líquenes, Rev. Ciência Elem., V6(1):008
Autoras: Silvana Munzi e Catarina Gouveia
Editor: Rubim Almeida da Silva
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2018.008]
PDF Download



Um líquen é tradicionalmente considerado uma associação simbiótica obrigatória entre um fungo, o micobionte, e um organismo fotossintético, uma alga e/ou cianobactéria, o fotobionte. Contudo, estudos recentes mostram que os parceiros desta associação são mais do que 2 ou 3 e incluem leveduras e bactérias, embora o papel deles ainda seja para esclarecer. Os líquenes vivem em todos os ecossistemas terrestres, até nos mais extremos em termos de temperatura e humidade como os desertos e os polos, onde outras plantas não conseguem crescer. Na simbiose, o fotobionte fornece os produtos da fotossíntese, os carboidratos, enquanto o micobionte retira do ambiente, principalmente da atmosfera, água e nutrientes minerais. O fungo é também responsavel pela proteção mecânica da alga à seca e raios ultravioletas, pois na estrutura do líquen as células algais estão envolvidas pelas células do fungo. As cianobactérias, quando presentes, convertem azoto atmosférico em iões de amónio que são usados pela produção de aminoácidos.


Não dependendo do substrato onde se desenvolvem para alimentação, os líquenes podem desenvolver-se nos mais variados substratos, como pedras, árvores, solo, e até vidro, borracha e metal. Como não possuem órgãos de secreção ou de proteção, eles absorbem todos os elementos disponiveis no ambiente, incluido os poluentes que existam na atmosfera. Isto, junto com as caraterísticas fisiológicas e morfológicas deles, fazem dos líquens bons monitores da qualidade do ar.


Bibliografia

  1. Cernava, T., Aschenbrenner, I.A., Soh, J., Sensen, C.V., Grube, M., Berg, G. (2018) Plasticity of a holobiont: desiccation induces fasting-like metabolism within the lichen microbiota. https://doi.org/10.1038/s41396-018-0286-7
  2. Deacon, J. (2013) Fungal Biology, 4th Edition. Blackwell Publishing Ltd.
  3. Hamilton, T.L., Bryant, D.A., Macalady, J.L. (2016) The role of biology in planetary evolution: cyanobacterial primary production in low-oxygen Proterozoic oceans. Environmental Microbiology 18(2), 325–340.
  4. Hoek, C., Van den Hoeck, H., Mann, D., Jahns, H.M. (1995) Algae: An Introduction to Phycology. Cambridge University Press.
  5. Henriksson, E., Simu, B. (1971) Nitrogen fixation by lichens. Oikos 22, 119-121.
  6. Komárek, J., Kaštovský, J., Mareš, J., Johansen, J.R. (2014) Taxonomic classification of cyanoprokaryotes (cyanobacterial genera) 2014, using a polyphasic approach. Preslia 86, 295–335.
  7. Nash, T.H. (2008) Lichen Biology, 2nd Edition. London: Cambridge University Press.
  8. Nimis, P.L., Scheidegger, C., Wolseley, P. (Eds.) (2002). Monitoring with Lichens - Monitoring Lichens. Nato Science Series: IV.
  9. Ragan, M. (1998) On the delineation and higher-level classification of algae, European Journal of Phycology, 33:1, 1-15, DOI: 10.1080/09670269810001736483
  10. Spribille, T. (2018) Relative symbiont input and the lichen symbiotic outcome. Current Opinion in Plant Biology 44, 57-63.
  11. Váczi, P., Gauslaa, Y., Solhaug, K.A. (2018) Efficient fungal UV-screening provides a remarkably high UV-B tolerance of photosystem II in lichen photobionts. Plant Physiology and Biochemistry 132, 89-94.




Recursos relacionados disponíveis na Casa das Ciências:

  1. Sol-das-árvores.




Criada em 11 de Janeiro de 2018
Revista em 26 de Janeiro de 2018
Aceite pelo editor em 14 de Março de 2018