Lei da gravitação universal

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Referência : Araújo, M., (2013) Lei da gravitação universal, Rev. Ciência Elem., V1(1):013
Autor: Mariana de Araújo
Editor: Joaquim Agostinho Moreira
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2013.013]
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A interacção gravitacional é uma das interacções fundamentais da Natureza, que se traduz pela atracção entre as massas. É das interacções mais fracas, e não desempenha nenhum papel fundamental na organização da matéria a nível microscópico. Contudo, tem longo alcance e é responsável pela organização do universo e suas estruturas.

A lei da gravitação universal foi enunciada por Isaac Newton (1643-1727) em 1687 na sua obra Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. Esta lei explicita a forma da força atractiva que existe entre dois corpos devido ao facto de terem massa, mas nada diz sobre a sua origem, que só foi explicada mais tarde pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Nesta obra Newton também mostrou como as Leis de Kepler são consequência desta lei.

A força gravitacional entre dois corpos pontuais, com massas m1 e m2, é directamente proporcional ao produto das massas gravitacionais, e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles. A força tem a direcção da recta que une as massas pontuais.

Matematicamente, a força que o corpo de massa m1 exerce sobre o corpo de massa m1 é dada por:

\vec{F}_{12} = -G\dfrac{m_1 m_2}{\vert \vec{r}_{12} \vert^2}\hat{e}_{12}

em que \vec{r}_{12} é o vector com origem no corpo m1 e extremidade no corpo m2, e \hat{e}_{12} é um vector unitário com a direcção e sentido de \vec{r}_{12}, como ilustrado na figura 1.

G é a constante de gravitação universal, que no Sistema Internacional tem o valor 6.674 28 (67) E-11 m3kg-1s2 [1].


A força gravitacional satisfaz a li do par acção-reacção de Newton. Assim, a força que o corpo 2 exerce sobre o corpo m1, \vec{F}_{21} é simétrica à força \vec{F}_{12} e aplicada no corpo m2:

\vec{F}_{21} = -G\dfrac{m_2 m_1}{\vert \vec{r}_{21} \vert^2}\hat{e}_{21}

como indicado na figura 2. Note-se que \vec{F}_{12} e \vec{F}_{21} formando um par acção-reacção, estão aplicdas em corpos distintos.

Apesar de ser válida para a maioria dos sistemas gravitacionais observados, há fenómenos que só são explicados utilizando Relatividade Geral. É o caso da precessão da órbita de Mercúrio e da deflexão de raios de luz por efeitos gravitacionais. A Relatividade Geral é mais utilizada quando é requerida uma extrema precisão nos resultados, ou quando os sistemas envolvem corpos muito massivos ou muito densos.

Figura 1
Figura 2


Referências

1. 2006 CODATA recommended values, http://physics.nist.gov/cgi-bin/cuu/Value?bg

2. Newton, Isaac, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (“Mathematical Principles of Natural Philosophy”), , London, 1687.

3. Lorentz, H.A. & Einstein A. & Minkowski, H. (2001), O Princípio da Relatividade, 5ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian



Criada em 22 de Julho de 2010
Revista em 14 de Novembro de 2010
Aceite pelo editor em 14 de Novembro de 2010