Catálise

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Referência : Fernandes, R.F., (2015) Catálise, Rev. Ciência Elem., V3(4):229
Autor: Ricardo Ferreira Fernandes
Editor: Jorge Gonçalves
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2015.229]


Catálise é o processo no qual a velocidade de uma reacção química é aumentada, através da introdução de uma substância (catalisador) que não é consumida no decurso da reacção. A catálise é classificada como homogénea, se o catalisador estiver na mesma fase que os reagentes, ou heterogénea, se o catalisador estiver numa fase diferente da dos reagentes.


A catálise começou a ser estudada por Alexander Mistscherlich e Johann Wolfgang Döbereiner, tendo sido referida como processos de contacto. Como resultado, fabricou-se um isqueiro que teve um elevado sucesso comercial, no ano de 1820, em que se usava hidrogénio em contacto com uma esponja de platina, que permitia que a reacção com o oxigénio fosse mais rápida que na ausência de platina mas menos violenta (não explosiva).[1] O termo catálise foi utilizado, em 1836, por Jöns Jakobe Barzelius, para descrever reacções que ocorriam mais rapidamente quando se usavam certos compostos que não se consumiam no decorrer da reacção. Em 1880, Wilhelm Ostwald, na Universidade de Leipzig, iniciou um estudo sistemático de reacções catalisadas por ácidos e por bases, tendo sido laureado com o Nobel da Química, em 1909, pelo seu estudo da catálise e dos princípios fundamentais que governam o equilíbrio e as velocidades de reacção.[2]


Na indústria, a catálise é um processo extremamente importante, uma vez que sem a existência desta muitos dos processos de hoje em dia não seriam economicamente viáveis. Por exemplo, o caso bem conhecido da produção de amoníaco, que está na base da manufactura de muitos produtos, sobretudo dos fertilizantes, que só começou a ser fabricado em grande escala após o desenvolvimento do processo de Haber-Bosh, no qual, inicialmente, os metais ósmio e urânio foram usados como catalisadores.


Os catalisadores também se utilizam na diminuição da poluição ambiental. Actualmente, todos os automóveis possuem um conversor catalítico - uma superfície impregnada com paládio e ródio - por onde passam os gases de escape e que converte os óxidos de azoto (NOx) e o monóxido de carbono (CO) em azoto (N2) e dióxido de carbono (CO2).

O uso da catálise para produzir especificamente um enantiómero, processo muito útil na indústria químico-farmacêutica, levou a que Sharpless, Noyory, e Knowles tenham sido galardoados com o Nobel da Química, em 2001.[3]


A catálise também está presente nos organismos. Neste caso são as enzimas que actuam como catalisadores nas reacções bioquímicas. Um exemplo muito conhecido é a catalase, enzima presente em quase todos os organismos vivos, que catalisa a decomposição do peróxido de hidrogénio (H2O2) em água e oxigénio. Esta enzima é importante porque elimina do organismo o H2O2, que resulta do metabolismo celular.


Referências

1. http://www.economy-point.org/p/platinum-lighter.html, consultado em 11/01/2010.

2. http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/1909/index.html, consultado em 11/01/2010.

3. http://nobelprize.org/nobel_prizes/chemistry/laureates/2001/index.html, consultado em 11/01/2010.




Criada em 8 de Fevereiro de 2010
Revista em 14 de Setembro de 2010
Aceite pelo editor em 14 de Setembro de 2010